Presos gravam vídeo durante rebelião em Faxinal e mostram agente carcerário refém; assista
Modificado em 29/09/2020, 09:45
Os presos da cadeia pública de Faxinal, no Paraná, se rebelaram na tarde de segunda-feira (28) e fizeram um agente carcerário como refém. Um dos detentos que estava com um celular chegou a gravar um vídeo, mostrando os momentos de tensão.
Na filmagem, os presos narram as condições da cadeia e mostram o agente amarrado, sentado em uma das cama. Assista:
Os presos exigiram a presença da imprensa e de representantes do Poder Judiciário para entregar uma carta com reivindicações de melhorias. A maior queixa dos detentos é em relação à superlotação, já que o espaço construído para abrigar 32 homens, abrigava 140 no momento do motim. Parte da estrutura interna das celas foi destruída pelos detentos.
A Polícia Militar (PM) foi acionada e realizou cerco no local, fechando todo o quarteirão. Por volta das 13h30 houve disparos de tiros de advertência por parte dos policiais, pois alguns detentos tentavam fugir, aproveitando a situação tumultuada. De acordo com o delegado de Faxinal Ricardo Mendes, o agente foi levar um remédio para um detento no início da tarde, mas os presos haviam serrado parte da porta, que foi quebrada, e renderam o profissional. “Quando ouvimos os gritos e o tumulto, eu e o escrivão fomos até a carceragem e os presos estavam com um estoque no pescoço do agente”, contou o delegado.
O agente penitenciário foi liberado por volta das 15h30, após os presos realizarem a entrega de uma carta para autoridades do Judiciário reivindicando melhorias. O agente, que é da cidade de Grandes Rios passa bem e não sofreu ferimentos. “Estiveram presentes nos auxiliando o chefe regional do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen) Reginaldo Peixoto, o juiz da comarca Norton Thomé Zardo, o promotor Lucas Franco de Paula, o comandante da 6ª Companha Independente da Polícia Militar major Élio Boing, além de uma equipe Setor de Operações Especiais (SOE)”, disse Mendes.
O delegado afirma que não houve fugas e que a ala principal onde haviam 10 celas ficaram completamente destruídas e não há previsão para transferência de detentos. “As avarias foram grandes, todas as grades, batentes, toda a parte de ferro foram destruídas. Eles reclamam da superlotação, mas agora terei que redistribuir 140 presos em apenas 3 celas, que sobraram sem danos”, informou.
A cadeia pública de Faxinal passa por um processo para que o Depen assuma a gestão plena. Na última semana, uma vistoria havia sido realizada no local como parte do processo para a troca de administração. “Agora tivemos essa surpresa por parte dos detentos e vamos precisar de alguns dias para colocar novamente as coisas em ordem”, finalizou o delegado.