Programa auxilia família de Faxinal a trocar cidade pelo campo
Modificado em 17/09/2020, 14:02
Caçula de cinco irmãos, Cesar da Conceição trabalhava como mecânico no município de Faxinal. Seu pai era proprietário de um pequeno sítio na zona rural, mas a família se encontrava em dificuldades para tocar os negócios, pois nenhum dos filhos tinha experiência ou conhecimento sobre o trabalho no campo. Cesar, que sempre gostou de passar um tempo no sítio em momentos de descanso, viu a propriedade em estado de abandono. Então, ele e a esposa Lucicleia, que trabalhava como vendedora, decidiram se mudar para o sítio com os dois filhos.
“Eu queria um futuro melhor na área rural, pela tranquilidade e segurança, principalmente pelos meus filhos. Na cidade estava difícil e quando vi o sítio abandonado, unimos a vontade e a oportunidade”, relata Cesar que, ao lado da esposa, deixou o antigo emprego na cidade e decidiu dedicar tempo integral à propriedade.
O casal foi aprendendo na prática do dia a dia, até que o Programa Empreendedor Rural (PER) cruzou o caminho dos dois. Cesar e Lucicleia foram até o Sindicato Rural de Faxinal resolver algumas questões em relação à propriedade, e uma funcionária indicou o PER.
“Como a gente não tinha experiência, aprendemos tudo com o PER. Planejamento, questão de gastos e despesas, identificar o que estava dando certo, o que precisava mudar. Por exemplo, plantávamos milho verde para a venda e paramos porque não estava compensando. A instrutora ajudou muito porque ela também tem experiência e vivência de quem tem propriedade rural. Então veio visitar e analisar nosso sítio”, destaca.
A dedicação do casal surtiu efeito no pai de Cesar, até então proprietário do sítio, que decidiu passar a escritura ao filho. “Como fomos nos interessando cada vez mais, meu pai viu a nossa intenção de melhorar e investir. Ele já tinha alguns bens na cidade, então fez uma reunião com a família e dividiu as casas na cidade com os outros filhos e o sítio ficou comigo”, explica Cesar.
Atualmente, a propriedade tem granjas de frangos e porcos caipira e criação de carneiros. O casal, que já possui uma clientela fixa no município, também investe em alguns diferenciais para a comercialização, como a venda do frango cortado em pedaços pronto para o preparo e produção de banha e linguiça de porco caseira. Há seis meses, deram início a uma estufa de tomates. “Ainda é algo pequeno, mas pretendemos dobrar o que tem rentabilidade melhor”, revela Lucicleia.
O projeto do casal agora é transformar a propriedade em uma pequena empresa rural, investindo em infraestrutura e expandindo os negócios. “Nós não sabíamos como funcionava o sindicato, agora vamos nos associar para fazer mais cursos e nos profissionalizar”, conta Lucicleia.
Sobre o PER, o casal só tem elogios. “O PER nos ajudou demais. O curso abre nossa mente e nossos olhos para enxergar a realidade. As novas amizades que o PER proporcionou também deu força. É uma troca de experiências, um ajudando o outro”, observa Cesar. “Ano que vem também vamos fazer o PER de novo, para juntar mais experiência”, acrescenta.