'Central do Brasil' é um filme que não envelhece
Modificado em 24/07/2020, 09:11
O filme Central do Brasil, de Walter Salles, é fruto da perfeita combinação de talentos - desde a interpretação de Fernanda Montenegro, Marília Pêra e do então pequeno Vinícius de Oliveira até o roteiro de João Emanuel Carneiro e Marcos Bernstein, além da trilha de Jaques Morelenbaum e Antonio Pinto, tudo são peças que se encaixam perfeitamente. O filme, que o Telecine Cult exibe às 17h40, encantou o Festival de Berlim (que premiou Fernanda) e foi indicado ao Oscar.
A trama ainda é um primor de simplicidade, mas com engenhosa construção. Dora escreve cartas para analfabetos na Central do Brasil. Uma de suas clientes tenta reaproximar o filho do pai. Ao sair da estação, ela morre e Dora acolhe a criança, o menino Josué, partindo em busca do pai desaparecido.
Os pequenos dissabores humanos sempre interessaram muito a Walter Salles e aqui estão personificados na mulher que descobre um sentido para a vida desolada ao se unir a um menino em sua busca pelo pai. E tanto o diretor como a atriz reconhecem que alma do filme está na interpretação de Vinicius, garoto descoberto por Salles no aeroporto Santos Dumont, engraxando sapatos. Sua espontaneidade surpreendeu o cineasta e tornou-se uma das principais marcas de um filme que não envelhece.