Sem passageiros, região perde até 70% das linhas rodoviárias
Modificado em 26/08/2020, 05:44
O isolamento social que perdura desde março está esvaziando rodoviárias em toda região. Com perdas de passageiros, a quantidade de linhas intermunicipais e interestaduais também foi reduzida em até 70% na região.
O terminal rodoviário de Ivaiporã, de onde saem ônibus intermunicipais que interligam boa parte dos municípios do Vale do Ivai, está praticamente sem passageiros. Da metade de março, quando teve início da pandemia do coronavírus, até agora, as empresas de ônibus estimam perdas de mais de 90% no número de passageiros. Junto com os passageiros, sumiram também os ônibus.
Das três empresas que operam na cidade, uma, que fazia a linha Ivaiporã/Cândido de Abreu, paro de operar. As demais reduziram a quantidade de linhas em 70%. A Expresso Nordeste, que antes da pandemia tinha seis linhas para Guarapuava e Londrina ficou apenas com duas. Já a Viação Garcia, que antes operava com 11 linhas com trajeto para Maringá, Londrina e Curitiba, oferta atualmente apenas três.
O atendente da Viação Garcia, Fabiano Pontes Novaes diz que com a queda na quantidade de passageiros, foi necessário diminuir o número de veículos e alterar horários das linhas. “A Rodoviária fechou em março e só foi abrir em maio. Quando abriu novamente, os passageiros, com medo do coronavírus, sumiram. Mesmo com a redução o número de pessoas que embarcam aqui continua bastante reduzido, quando muito seis pessoas por linha”, comenta.
Para as pessoas que trabalham no entorno do terminal rodoviário, a situação é inédita e o prejuízo certo. É o caso de Silvanir Benedito que há 26 anos atende em um salão no terminal. “Nunca vi coisa igual. Normalmente a rodoviária tem cerca de 100 pessoas rodando, agora são duas ou três. Com o coronavírus, não tem mais casamento, nada de festa, feriado nem pensar e, com isso, o pessoal desistiu de viajar”.
APUCARANA
Em Apucarana e Arapongas, municípios que também são polos rodoviários na região, pelos menos 10 linhas regulares intermunicipais foram cortadas nos últimos meses e destinos para outros estados foram cancelados.
De acordo com Vivian Mércia da Silva, gerente de uma empresa de transportes de Apucarana, o fluxo de pessoas diminui cerca de 70% desde março.
Entre as linhas cortadas estão dois horários diurnos para Curitiba dos cinco que a empresa mantinha. Contudo, ela acredita que até dezembro o fluxo de passageiros deve aumentar. “Conforme as pessoas vão voltando ao trabalho e às atividades, elas começam a sair mais da cidade e circular mais. Acredito que terá um crescimento até o final do ano também por causa das festas, como Natal e Ano Novo”, acrescenta.
ARAPONGAS
A gerente de uma empresa de transportes de Arapongas, Sandra Pereira, disse que a queda nas vendas de passagens chegou a 90% desde o começo da pandemia. “Sentimos bastante até porque ficamos parados desde o meio de março até o final de abril. Foi um baque para a gente que trabalha com serviço terceirizado também”, conta.
Sandra diz que linhas para Toledo, Cascavel, Minas Gerais e outros estados foram cortadas. Porém, estão retornando gradativamente. “Toledo, por exemplo, tinha três horários por dia, ficou sem nenhum, e agora volta com um horário. Já Londrina e Maringá tinham 8 horários diários, chegou a ficar com apenas um, e agora volta a ter três”, explica.
Ela acredita que até o final do ano, o fluxo de venda de passagens deve melhorar de acordo com a estabilidade dos casos e mortes causados pelo coronavírus. “Acho que vai melhorar, mas voltar ao normal é difícil falar. Vai depender de como vai estar o quadro epidemiológico”, comenta.