Preço da gasolina despenca em Apucarana e Arapongas
Modificado em 08/04/2020, 08:53
O preço da gasolina despencou na região. Levantamento da Tribuna aponta queda de 13,5% no valor do produto em Apucarana, e 11% em Arapongas. Há quase um mês, o litro do combustível custava R$ 4,65 no preço mais alto e R$ 4,25 no mais baixo. Ontem, o mesmo produto foi encontrado a R$ 4,09 no valor mais alto e a R$ 3,69 no mais baixo (leia o infográfico). O preço médio da gasolina é o mais baixo desde julho de 2017.
A derrocada no preço da gasolina se deve à crise no petróleo desencadeada pelo embate entre Arábia Saudita e Rússia somada à pandemia global do novo coronavírus que ameaça o avanço da economia. Gerente de um posto de combustível de Apucarana Vilson Kozan, observa que a pandemia da covid-19 reduziu drasticamente a movimentação de pessoas nas ruas e, consequentemente, o consumo de combustível.
“A população não está usando o carro e, portanto, não abastece. Existem também aquelas pessoas que estão receosas em relação à economia e dificilmente encher o tanque, abastecem somente o essencial”, analisa.
De acordo com Kozan, com essa redução no consumo dos combustíveis, o estoque nas refinarias ficou mais alto, e a procura por petróleo para produzir mais combustíveis caiu. Pela lei da oferta e da procura, o barril de petróleo perdeu valor. “Tudo isso influencia, porque as refinarias que produzem muito e vendem pouco, são obrigadas a baixar o preço para facilitar o giro”, analisa.
O gerente adianta sobre o preço do etanol, que também deve sofrer cair devido à entressafra. “Provavelmente pode ser que o etanol tenha alguma queda, porque a oferta aumenta com a entressafra”, reitera.
Proprietário de outro posto de combustível de Apucarana, que pediu para não ter o nome divulgado, acredita que a queda nos preços foi influenciada redução no valor do barril de petróleo no exterior. “Na minha opinião não tem nada a ver com coronavírus. O governo já tinha repassado um reajuste e ainda houve uma queda no barril do petróleo no exterior, mesmo com a alta no dólar”, opina.
Independentemente do que tenha influenciado a queda, os consumidores torcem para que o preço da gasolina continue caindo. “Acho que depois que passar essa pandemia vai voltar o preço normal. Mas o Brasil é autossuficiente e tinha que manter esses preços para a gente, porque se aumentar de novo, vai acabar prejudicando todo mundo, os motoristas e as demais classes trabalhadoras”, analisa o motorista de aplicativo Damião do Nascimento Caselato, 49 anos.
O aposentado Roberto Rebouças, 64 anos, também comemora a redução no preço da gasolina, contudo reclama que o valor dos alimentos subiu, o que ele considera incoerente. “Tem coisa que a gente não entende. O combustível baixou e os alimentos subiram. Não faz sentido, porque é tudo transportado pelo combustível”, comenta.