Após morte de bailarina maringaense, atos de repúdio ao feminicídio serão realizados em todo país
Modificado em 30/01/2020, 12:44
A morte da bailarina maringaense Maria Glória Poltronieri Borges, de 25 anos, que foi assassinada em uma cachoeira em Mandaguari, no norte do Paraná, vítima de estrangulamento e com sinais de violência sexual, chocou não somente os moradores da região. O crime cruel, mobilizou todo o país e diversas manifestações em repúdio ao feminicídio serão realizadas em muitas cidades do Brasil.
Os atos acontecem em:
Curitiba (PR) - dia 01/02 às 16h, em frente ao Teatro Guaíra
Campo Grande (MS) - dia 01/02 às 16h, na Praça Ary Coelho
Florianópolis (SC) - dia 01/02 às 16h, na Praça XV de Novembro
Belo Horizonte (BH) - dia 08/02 às 15h, na Praça da Estação
Itaparica (BA) - dia 08/02 às 15h, na Associação Cultural de Capuêra Angola Paraguassu
São Paulo (SP) - dia 08/02 ás 15h, na Praça do Ciclista
O ato em Maringá, que leva o nome de "Nenhuma a menos", possui mais de 5 mil confirmados e interessados no evento do Facebook e será neste sábado (1º) às 16h. A concentração de manifestantes está marcada para acontecer na praça deputado Renato Celidonio, que fica ao lado do Fórum e da Prefeitura de Maringá.
O corpo de Mago, como era chamada por familiares e amigos, foi encontrado pela própria mãe e irmã no domingo (26).
A família contou que no sábado (25), após chegar na chácara onde fica a cachoeira, a jovem teve contato com um grupo de brigadistas que faziam treinamento no local.
“Em depoimento à polícia, esses brigadistas notaram, no fim da tarde de sábado, que Maria Glória não tinha voltado da cachoeira e decidiram procurá-la. Foram em vários locais da mata e não encontraram. Duas horas depois, refizeram as buscas e também não a encontraram. No domingo, o corpo foi localizado em uma trilha que provavelmente esses brigadistas passaram. Acreditamos que ela foi morta em um local distante e depois foi deixada na trilha”, diz o pai da vítima, Maurício Borges.
Assim que estranharam que Maria Glória não fez contato no domingo de manhã, a mãe, a irmã e o namorado da irmã foram até a chácara onde a bailarina estava acampada. Por volta das 13h40, o corpo foi encontrado.
A Polícia Civil disse, na quarta-feira (29), que ouviu várias testemunhas sobre o caso, mas que ainda não tem uma linha de investigação definida. “Era uma alma pura, boa, só queria o bem para todo o mundo. Se preocupava de verdade com o próximo. Nunca vamos superar”, concluiu o pai.
Nas diligências da investigação que tenta identificar quem matou a bailarina maringaense, a Polícia Civil ouviu nesta quarta-feira (29) dois homens em Apucarana. Segundo um dos delegados envolvidos no caso, o titular da delegacia de Mandaguari, Nery Zoroastro do Prado Filho, os nomes não serão divulgados porque se tratam de testemunhas.
“Vamos continuar diligenciando e tentando localizar mais pessoas que estiveram no local, inclusive teremos outras oitivas na região”, comentou na saída da 17ª Subdivisão Policial (SDP) de Apucarana, onde os dois homens foram ouvidos.
Segundo o delegado, uma das dificuldades que vêm sendo enfrentadas pela investigação é exatamente localizar suspeitos e testemunhas do crime. “É uma área que recebeu um grande volume de pessoas, pois é muito visitada, e não tem controle de entrada”, destaca.
Maria Glória cultuava a natureza e a cachoeira era um dos lugares que ela sempre frequentava. A dona da chácara contou para a polícia, que a jovem iria fazer uma fogueira, porém, foi assassinada.