Pai de bailarina encontrada morta em Mandaguari espera que caso não seja esquecido
Modificado em 29/01/2020, 13:23
Uma jovem batalhadora, preocupada com as pessoas, com os animais e com a natureza, e que desde pequena superou vários desafios, como dois acidentes que quase a fizeram parar de dançar. Emocionado, o pai da bailarina Maria Glória Poltronieri Borges, encontrada morta na área rural de Mandaguari, no norte do Paraná, espera que o crime não caia no esquecimento.
O corpo de Maria Glória, que tinha 25 anos, foi encontrado no domingo (26) perto de uma cachoeira, com sinais de violência sexual, de acordo com a Polícia Civil. Além de ser bailarina, ela era estudante universitária e professora de capoeira.
Segundo o Instituto-Médico Legal (IML), a jovem foi morta por asfixia. Laudos vão dizer se a vítima foi estuprada antes de ser morta e quais foram as circunstâncias da morte.
Borges acredita que a filha foi morta após tentar se defender. Ele detalha que o corpo da jovem estava com marcas roxas nos braços, ombro e cintura, e que um lenço que Maria Glória usava foi utilizado para asfixiá-la.
O laudo do IML que vai apontar como a vítima morreu, o horário e quais as circunstâncias ainda não foi concluído e divulgado pelo Instituto.
Buscas por Maria Glória
A família de Maria Glória conta que no sábado (25), após chegar na chácara, a jovem teve contato com um grupo de brigadistas que faziam treinamento no local.
“Em depoimento à polícia, esses brigadistas notaram, no fim da tarde de sábado, que Maria Glória não tinha voltado da cachoeira e decidiram procurá-la. Foram em vários locais da mata e não encontraram. Duas horas depois, refizeram as buscas e também não a encontraram. No domingo, o corpo foi localizado em uma trilha que provavelmente esses brigadistas passaram. Acreditamos que ela foi morta em um local distante e depois foi deixada na trilha”, diz o pai da vítima.
Maurício Borges conta que uma testemunha detalhou que viu Maria Glória conversando com um homem próximo a cachoeira e, pouco tempo depois, os dois se juntaram a outros quatro homens.
“Essa testemunha disse que decidiu se afastar da cachoeira quando viu esses homens, contou que sentiu uma energia ruim, não se sentiu segura. Essa testemunha, provavelmente, foi a última pessoa que viu a minha filha viva”, conclui.
Corpo encontrado pela irmã
Assim que estranharam que Maria Glória não fez contato no domingo de manhã, a mãe, a irmã e o namorado da irmã foram até a chácara onde a bailarina estava acampada. Por volta das 13h40, o corpo foi encontrado.
Maurício Borges diz que ao ficar sabendo da morte da filha, estava em casa concluindo um trabalho, foi até a chácara e só deixou o local após o IML recolher o corpo.
“O IML só chegou no local cinco horas depois da minha filha encontrar o corpo da Maria Glória. A minha mulher e a irmã da Maria Glória não arredaram o pé de lá nesse período. Imagina a dor da mãe esperando a chegada das autoridades para realizar as providências adequadas, para fazer as investigações”, aponta.
A Polícia Civil disse, nesta quarta-feira (29), que ouviu várias testemunhas sobre o caso, mas que ainda não tem uma linha de investigação definida. “Era uma alma pura, boa, só queria o bem para todo o mundo. Se preocupava de verdade com o próximo. Nunca vamos superar”, concluiu Maurício Borges.
Com informações G1 Paraná