Pai e filho são presos em Jardim Alegre suspeitos de integrar milícia
Modificado em 10/12/2019, 10:31
Pai e filho foram presos na manhã desta terça-feira (10) em Jardim Alegre suspeitos de integrar uma milícia que amedrontava moradores do Conjunto José Pachuski.
Segundo o delegado Aldair da Silva Oliveira, após um homicídio que aconteceu em agosto, as investigações apontaram que o suspeito de praticar o crime, estava envolvido com um grupo que obrigava os moradores do Conjunto José Pachuski, a pagar para viverem no local.
"Após a prisão do autor do assassinato, descobrimos que o suspeito era um dos filhos da organização criminosa, que agia através de ameaças, impondo medo e silêncio naquele local. Eles extorquiam os moradores, que eram obrigados a pagar um valor para os integrantes da organização. Quem não pagava era expulso de sua própria casa. O rapaz que morreu assassinado em agosto, a princípio vinha se recusando a contribuir com o dinheiro, ele teve um desentendimento e foi assassinado. Esse crime acabou impondo mais medo nos moradores," detalha Aldair.
O delegado informou que a polícia investiga seis situações de pessoas que tiveram que abandonar suas casas a força ou que tiveram residências incendiadas. "Estamos apurando crimes de extorsão, estelionato, ameaças e construção de milícia. O pai era o líder os filhos integravam o grupo. Moradores tiveram casas incendiadas, foram expulsos por eles. Hoje prendemos o líder da investigação e um filho, o outro filho já estava preso por causa do homicídio," explica.
Conforme o delegado foram cumpridos mandos de busca e apreensão na casa de dois homens que são suspeitos de integrar o grupo. Um seria o mentor intelectual das ações e o outro o cobrador.
"Na casa do cobrador encontramos R$10 mil em dinheiro vivo, recibos de vendas de terrenos, contratos de várias casas que ele vinha negociando. Apreendemos celulares que serão levados para uma perícia. Também fomos na casa de um homem que seria o mentor intelectual, que orientava os integrantes do grupo. Um dos suspeitos se intitulava como líder comunitário, ele cobrava mensalidades dos moradores, todos as pessoas eram obrigadas a pagar," ressalta Aldair.
A ação de hoje contou com apoio dos policias de Faxinal e foi batizada de 'Operação Liberdade Duradoura.' Após a prisão do grupo, acredita-se que mais vítimas procurem a polícia.
"Era uma verdadeira milícia. A quadrilha agredia e incendiava casas para expulsar moradores e negociar seus terrenos. Nós desarticulamos essa quadrilha que impunha o medo no Conjunto José Pachusk. Não sabemos ainda o valor que cada morador era obrigado a pagar, mas agora com eles presos vamos concluir as investigações. O importante é restaurar a tranquilidade naquela região,"finaliza o delegado.