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Universidades estaduais recebem recursos para pesquisas da Covid-19

- Foto: Agência de Notícias do Paraná
Escrito por Da Redação
Publicado em
Modificado em 31/08/2020, 15:54
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A Universidade Estadual de Londrina (UEL) e a Universidade Estadual de Maringá (UEM) foram contempladas com recursos do Governo Federal para apoiar o desenvolvimento de pesquisas relacionadas à Covid-19.

O edital de financiamento foi aberto pelos Ministérios da Saúde; Ciência, Tecnologia e Inovações e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com o objetivo de estimular soluções para a doença pandêmica em diferentes linhas de pesquisa.

A UEL foi contemplada com R$ 931,4 mil para desenvolver pesquisas na área de diagnóstico. Já a UEM vai receber R$ 332,41 mil para auxiliar as pesquisas relacionadas ao enfrentamento da Covid-19 e suas consequências em pacientes.

A professora do Departamento de Microbiologia, do Centro de Ciências Biológicas da UEL, Sueli Fumie Yamada Ogatta, desenvolve pesquisas em diagnóstico, baseadas na identificação de agentes causadores de infecções microbianas e é a coordenadora geral do projeto, que foi aprovado.

Com o desenvolvimento do novo projeto, os estudos se ampliaram para diagnóstico de vírus causadores de infecções respiratórias graves, com foco na detecção tanto do agente quanto nos anticorpos produzidos pela pessoa infectada.

Uma das vantagens da pesquisa da UEL, segundo a professora Sueli, é a redução dos custos nos insumos, que pode fazer um teste para Covid-19 ficar aproximadamente 60% mais barato.

AVANÇO CIENTÍFICO - O projeto da UEL envolve 27 pesquisadores, além de estudantes de graduação e pós-graduação, de diferentes áreas. São três as abordagens previstas. A primeira gira em torno da identificação do vírus através da amplificação de RNA (material genético do vírus). Os testes comerciais utilizam uma sonda (que é complementar ao alvo amplificado) entre outros reagentes, o modelo da UEL não utilizará este componente.

Além disso, no mesmo teste serão pesquisados outros vírus responsáveis por infecções respiratórias graves, como por exemplo, o vírus influenza causador da gripe.

ANTICORPOS - Outra metodologia consiste no diagnóstico imunológico utilizando anticorpos purificados em ovos de galinha. Os pesquisadores inoculam uma proteína do vírus na ave e depois purificam o anticorpo a partir da gema do ovo. Este anticorpo (IgY) pode ser empregado para detectar o vírus ou o anticorpo da doença.

A terceira abordagem diagnóstica é de natureza química e baseada em impressão molecular de polímeros biomiméticos. Segundo o professor do Departamento de Química da UEL, Cesar Ricardo Teixeira Tarley trata-se de empregar um polímero sintetizado na presença do vírus inativado.

A polimerização resulta em cavidades nas quais o vírus se encaixa, possibilitando confirmar sua presença em uma amostra de saliva com maior seletividade, por uma reação colorimétrica ou por meio de medidas eletroquímicas. Outra vantagem deste modelo é a rapidez, o resultado é tão rápido quanto um teste de gravidez de farmácia.

PACIENTES - O projeto da UEM pretende realizar o acompanhamento de pacientes após alta hospitalar para avaliar as sequelas e consequências da Covid-19, a longo prazo. A proposta acontece em parceria com a Duke University (EUA) e Secretaria de Saúde do Paraná.

A aprovação do projeto possibilitará avanços na pesquisa, com as parcerias estabelecidas. “A Secretaria de Saúde disponibilizará os dados do Estado para a captação dos participantes.

A parceria com a universidade americana vai potencializar a internacionalização, incentivar a mobilidade acadêmica e institucional, estimular o desenvolvimento de pesquisas em conjunto das duas universidades; e ampliar a divulgação científica dos dados”, explica a coordenadora do projeto e professora da UEM, Maria Aparecida Salci.

"Esperamos trazer resultados importantes para a sociedade e para a ciência, além de respaldo para direcionamentos de políticas públicas no que compreende as sequelas e consequências que a Covid-19 acarreta a longo prazo para as pessoas que desenvolveram a forma grave da doença. Com o projeto criamos também a possibilidade de acompanhamento clínico e de cuidado para as pessoas que tiveram a Covid-19”, conclui Maria Aparecida.

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