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Plano de retomada do turismo avança para reaquecer setor

- Foto: Reprodução/AEN
Escrito por AEN
Publicado em
Modificado em 31/08/2020, 12:12
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Diante de todo o impacto provocado pela pandemia do coronavírus, o setor do turismo está entre os primeiros que sentiram a crise bater à porta e figura no rol dos mais prejudicados. Para deixar tudo pronto e favorecer o reaquecimento desse mercado tão logo seja possível, o Governo do Estado e entidades do setor articularam, assim que surgiram os primeiros reflexos do coronavírus, o Projeto de Retomada do Turismo no Paraná, que caminha a todo vapor.

A principal meta é a possibilitar a recuperação a partir do turismo regional, com viagens até de 200 quilômetros dentro do próprio Estado.

Após a conclusão da Fase 1 do projeto, a 2 foi iniciada imediatamente e a fase 3 já está em andamento. Elas consistem, respectivamente, na costura de parcerias com entidades de classe e instâncias de governança para capacitação e qualificação dos serviços, como hospedagem, alimentação e agenciamento e na retomada dos negócios a partir de encontros de negócio virtuais.

O projeto é uma iniciativa da Paraná Turismo, Invest Paraná e Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, em parceria de instituições representativas dos setores público e privado, que fazem parte do Conselho Paranaense de Turismo (Cepatur) e, ainda, das Instâncias de Governança Regionais (IGR’s) das 14 regiões turísticas do Paraná.

“Durante o isolamento social e o fechamento do comércio, trabalhamos incansavelmente para proporcionar uma retomada do turismo em todas as regiões do Estado. Queremos garantir que os destinos turísticos do Paraná entrem na rota dos paranaenses, dos brasileiros e dos estrangeiros, como foi determinado pelo governador", afirmou o secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes.

Na Fase 1 do projeto foi feito, entre março e abril deste ano, um levantamento de 11 mercados emissores dentro do Estado, principalmente nos segmentos ecoturismo, aventura e rural. Os destinos emissores são: Curitiba, Ponta Grossa, Londrina, Maringá, Umuarama, Campo Mourão, Cascavel, Toledo, Foz do Iguaçu, Pato Branco e Guarapuava. Essas cidades foram escolhidas em função da densidade populacional e da capacidade de renda.

Ainda nessa fase houve a seleção de produtos e empresários envolvidos na emissão e recepção de turistas, que deveriam estar inseridos em três filtros básicos – ter registro ativo no Cadastur, estar em um município que faça parte do Mapa do Turismo Brasileiro e seguindo os protocolos sanitários de prevenção à Covid-19.

De acordo com o diretor de Marketing da Paraná Turismo, Aldo Carvalho, após a seleção dos destinos emissores, foi definido que o turismo de curta distância seria a prioridade, inspirando-se em experiências internacionais. “Começamos um trabalho de construção das fases dos projetos e a primeira coisa que fizemos foi um levantamento de informações, e definimos os mercados emissores e os destinos finais dentro do próprio Estado. Ou seja, um turismo do Paraná para o paranaense”, destacou.

CENÁRIO - A necessidade de refletir sobre um plano de retomada era iminente, uma vez que o setor no Estado vinha em franca ascensão. Até outubro de 2019, o Paraná era o segundo com o maior crescimento turístico do Brasil (5,4%) superando, inclusive, a média nacional (1,5%). Também houve um aumento de 23% de empresas que aderiram ao Cadastur, cadastro de prestadores de serviços turísticos, o que representa 1.183 novas empresas registradas em 2019. Além disso, o Paraná marcou presença em pelo menos 30 eventos do setor.

O turismo movimentou no País cerca de R$ 930 bilhões em 2019, além de gerar, até o início da pandemia, cerca de 25 milhões de empregos no Brasil. Os dados traziam otimismo para 2020. No entanto, em março, o início da pandemia atingiu o turismo em cheio, trazendo duras consequências ao trade de forma praticamente indiscriminada, desde os guias de turismo até as companhias aéreas.

Para Giovanni Bagatini, gerente de Turismo do Serviço Social do Comércio (Sesc/PR) e representante da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomercio-PR), o empreendedorismo no turismo é uma atividade arriscada e necessária para o crescimento e até mesmo para a sobrevivência da economia no País.

“O empresariado do turismo tem passado por grandes dificuldades durante a pandemia, sendo o setor mais impactado. Por isso, penso que é a hora de união e resiliência. Eu particularmente sou otimista e devemos buscar suportar os impactos gerados pelo caos para que possamos voltar, e voltar mais fortes”, definiu.

Bagatini define ainda que é possível considerar um cenário de estabilização da economia entre outubro de 2020 e outubro de 2021, no qual ele cita um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) que estima uma perda de 21,5% para o setor do turismo no biênio. Porém, há regiões no Estado, como Foz do Iguaçu e Morretes, nas quais a taxa de dependência do turismo chega a superar 50% e, portanto, são locais onde o impacto acaba sendo muito maior.

“A colaboração entre todas as lideranças será imprescindível e será imperativo de sucesso para superar essa tempestade, a qual tenho certeza que vamos superar aqui no Paraná”, destacou o gerente.

NÃO CANCELE, REMARQUE! – Como parte do projeto de retomada foi lançada a campanha Não cancele, remarque!, que tem como objetivo principal evitar a falência de empresas e o desemprego.

O intuito é que os turistas que já haviam comprado pacotes, passagens aéreas e outros produtos turísticos que estavam datados para um período coincidente com a pandemia sejam conscientizados a não cancelar as reservas feitas, e sim que as remarquem. Isso faz com que as empresas turísticas não tenham que devolver o valor que o turista pagou, desonerando o capital de giro, que ficou prejudicado pela falta de movimentação do mercado durante a pandemia.

SONDAGEM DOS IMPACTOS DA COVID-19 – Durante o período da pandemia, a Paraná Turismo também fez pesquisas de sondagem desenvolvidas pelo Conselho Paranaense de Turismo (Cepatur) sobre os impactos da Covid-19. Os levantamentos foram realizados entre turistas, órgãos oficiais de turismo, e os setores de meios de hospedagem, alimentos e bebidas, eventos, agências de turismo e transportadoras turísticas.

As pesquisas serviram de base para que fosse traçado um cenário do turismo local antes e durante a pandemia da Covid-19, para obter dados suficientes para a execução do projeto de retomada de uma forma assertiva e eficaz. 

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