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Fumantes passivos também correm riscos de ter complicações por Covid-19

- Foto: Reprodução
Escrito por Da Redação
Publicado em
Modificado em 14/09/2020, 13:52
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“Além de ser causador de oito a nove entre dez casos de câncer de pulmão, o tabagismo representa um alto fator de risco para complicações da covid-19”, afirmou o médico Roger Akira Shiomi, especialista em oncologia clínica e membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, no programa Assembleia Entrevista, da TV Assembleia. E ele citou um dado assustador: o fumante passivo, que convive diariamente com uma pessoa que fuma, principalmente nesse momento de pandemia em que as pessoas estão isoladas em casa, corre tanto risco de ter essas complicações provocadas pelo novo coronavírus quanto o fumante ativo.

Antes mesmo da pandemia, estudos apontavam, por exemplo que alguém que conviveu 25 anos com um fumante ativo, tinha duas vezes mais chances de ter câncer. E o pior, crianças que convivem com fumantes ativos, correm mais risco de desenvolver inclusive leucemia, o câncer infantil mais comum. “Crianças que conviveram ou convivem diariamente com tabagistas, filhos ou parentes próximos, têm de duas às cinco vezes mais chance de desenvolver leucemia”, reforçou.

O médico explicou que, entre os motivos pelos quais o tabaco é tão nocivo para quem testa positivo para a covid-19, estão a inflamação nas vias respiratórias, que vão predispor as pessoas a terem mais infecções e piora nas doenças crônicas pulmonares, o que pode facilitar o desenvolvimento de infecção pelo coronavírus. O quadro pode se agravar ainda mais quando os pacientes são fumantes de longa data e já têm doenças crônicas.

Ao longo da entrevista, o médico lembrou de outros tipos de doenças causados pelo cigarro e a importância de se falar sobre o combate ao fumo e seus derivados nesse momento. “Tabaco inclui cachimbo, cigarro de palha e narguilé. Os riscos são os mesmos. Todos eles têm milhares de substâncias químicas que vão atuar no funcionamento do material genético do nosso corpo. De forma prolongada, isso é maximizado. Justamente por causa dessas substâncias é tão difícil largar o vício”

Para Roger Akira, o período nunca foi tão propício para que os fumantes abandonem o vício. Ele acredita que com força de vontade e ajuda de especialistas e de medicamentos, é possível largar o tabaco. “Primeiro, é necessário ter vontade de parar. Segundo, existem muitos grupos de apoio, tanto na rede pública como na privada, para que as pessoas tenham acesso ao tratamento. Seja com terapias comportamentais, com acompanhamento de equipe multidisciplinar - psicólogos, médicos, enfermeiros - ou através de medicamentos”, declarou.

Importância da legislação - Durante esse período de pandemia, os deputados estaduais aprovaram mais de 130 leis para melhorar a situação dos paranaenses em todas as áreas. E o oncologista reforçou a importância de medidas como estas.  Ele inclusive lembrou da lei estadual antifumo, sancionada em 2009, que proíbe o fumo em ambientes coletivos públicos e privados. “Foi fundamental para a redução no consumo. Dados recentes da pesquisa Vigitel, feita com 52 mil pessoas apontaram que o hábito de fumar caiu 38% num período de 13 a 14 anos. Isso, claro, é um dos maiores benefícios que a lei trouxe”.

Ao concluir a entrevista, o médico voltou a reforçar: “Vale a pena parar de fumar. Não importa a idade e nem algum problema de saúde adquirido por causa do tabagismo. Cessar com o tabagismo é voltar a viver. Representa um ganho de 13 anos de vida. Nesse momento, então, é mais importante ainda”, argumentou.

A íntegra do programa com o médico oncologista Roger Akira Shiomi, membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, vai ao ar pela TV Assembleia, através da Claro/Net canal 16 e 10.2 em canal aberto e também no canal do Youtube, nesta terça-feira (15) logo após a sessão plenária, que tem início às 14h30.

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