Empreendedoras do Paraná compartilham estratégias para superar a crise
Modificado em 03/06/2020, 15:18
O mundo dos negócios exige redirecionamentos constantes. A Covid-19 demandou esforços ainda maiores dos empreendedores. No caso do Sebrae/PR, por exemplo, o segundo ano do Programa Sebrae Delas deveria ter iniciado a programação em março. Mas, a quarentena ocorreu antes e mudanças tiveram que ser feitas. Os encontros e as oficinas presenciais foram substituídos por conferências por vídeo. Atualmente, 294 empreendedoras de todo o Estado participam do Programa do Sebrae Nacional, que tem como estratégia a disseminação da cultura empreendedora de negócios geridos por mulheres.
Dianalu de Almeida Caldato, gestora estadual do Programa no Sebrae/PR, relata que, no ano passado, o Sebrae Delas trabalhou aspectos de inovação. Para este ano, o tema seria mercado, mas a pandemia forçou mudanças.“Tivemos que reformatar o projeto e, alinhados à demanda das empreendedoras, abordamos estratégias para sobrevivência das empresas na crise”, conta Dianalu.
O Sebrae Delas passou a seguir lógica digital, com jornadas semanais que abordam temas como gestão estratégica de crise e de pessoas, finanças, controles essenciais neste período e negócios digitais, entre outros. “Na última semana, trabalhamos novos canais de vendas, tanto presenciais quando digitais”, acrescenta Dianalu. O orograma conta ainda com mentorias coletivas, o Divã Delas, em que empreendedoras que são referências no Brasil compartilham suas experiências, por videoconferência.Novos canais
Tania Terezinha Luza, proprietária de uma loja de colchões em Pato Branco, é uma das participantes do Programa.“Ninguém estava preparado para a situação [pandemia]. Foi muito válida a maneira como o pessoal do Sebrae reestruturou o formato do programa. É tudo novo, com reuniões on-line e atendimentos por Whatsapp. Sinto que não tivemos parada e continuamos evoluindo".
A empreendedora salienta que, em meados de abril, já estava recebendo consultorias para entender o novo momento. “Estava buscando alternativas para manter as vendas. Por incrível que pareça, vendemos mais em abril de 2020 do que no mesmo mês do ano passado”, compara Tania.
Em Maringá, Aline Santaroza, proprietária de um ateliê do setor de brindes personalizados, também está aplicando novos conhecimentos no Sebrae Delas.“Quando tudo aconteceu [a pandemia], foi um choque. Na primeira semana, fiquei tentando entender o comportamento do mercado. Tive alguns cancelamentos e muitas dúvidas. O Sebrae Delas me trouxe de volta, me fez olhar para a empresa. De início, passei a focar na venda de máscaras, mas o movimento caiu e passei a estimular os clientes a novas formas de consumo”, explica.O ateliê tinha, antes da pandemia, três públicos-alvo: casamentos, setor corporativo e nascimentos de bebês.
“A procura diminuiu muito e resolvi aproveitar o movimento menor para focar na parte gerencial. A crise forçou a sair da zona de conforto. Passei a trabalhar no que precisávamos fazer e postergávamos. A empresa, por exemplo, sempre foi on-line, mas agora estamos trabalhando especificamente nisto, com planejamento e ajuda da consultora do Sebrae”, completa Aline.
Cronograma
Todas as segundas-feiras, há a transmissão de uma live, aberta, no canal do Sebrae/PR no YouTube. O tema da transmissão dá o tom da semana. Nas quartas-feiras, cada regional faz sua oficina. Há também as consultorias Fazendo Junto, em que as participantes aprendem, na prática, os conteúdos.Participação
O Programa Sebrae Delas é gratuito e as empreendedoras interessadas devem corresponder a alguns critérios: ser uma futura empreendedora, com ideia de negócio formalizada; ou empreendedora com empresa já constituída (como MEI, micro ou pequena empresa).No caso de empresa formalizada (CNPJ), a empreendedora deve ser proprietária ou sócia no contrato social; atuar na empresa como gestora (ocupe posição de tomada de decisão estratégica); ter empresa com potencial de crescimento.