Associação Médica pede a Bolsonaro fechamento de fronteira com Venezuela e Guiana
Modificado em 16/03/2020, 16:11
A Associação Médica Brasileira (AMB) encaminhou ofício neste domingo, 15, solicitando ao presidente Jair Bolsonaro que determine o fechamento das fronteiras do País com a Venezuela e a Guiana.
Segundo a entidade, a medida serve para prevenir eventual sobrecarga no sistema público de saúde dos Estados no norte do Brasil em meio ao avanço do novo coronavírus.De acordo com a entidade, a chegada de venezuelanos "tem se intensificado" com a chegada da doença no país vizinho.
A partir desta segunda-feira, 16, o presidente venezuelano Nicolás Maduro determinou quarentena em seis estados e na capital, Caracas, após 17 casos de coronavírus serem registrados no país."Esse quadro aumenta o risco de circulação do vírus do estado de Roraima, além de sobrecarregar ainda mais os equipamentos de saúde estaduais e da capital, pois também há grande número de venezuelanos que migram exclusivamente para buscar tratamento de saúde no Brasil", afirma a AMB.
De acordo com a entidade, a intensificação nos atendimentos tem levado à falta de equipamentos de proteção individual, como máscaras."Essa ação nem de longe resolve os problemas sanitários do Estado, mas impede que eles cresçam de forma desordenada e exponencial", aponta.O fechamento das fronteiras é pauta de reunião do governo nesta segunda, 16.
Segundo a apuração da reportagem, o assunto divide opiniões dentro da gestão Bolsonaro e é aprovada pelos ministérios da Saúde e da Justiça e Segurança Pública. As pastas alegam que a medida ajudaria a evitar a ampliação dos problemas nos Estados do Norte brasileiro, que sofrem com superlotação em hospitais.
Os militares, por sua vez, embora reconheçam as dificuldades e preocupações do governador, advertem sobre a complexidade da medida, que poderia acabar se mostrando inócua, dado o tamanho da fronteira e a sua porosidade. Somente a fronteira Brasil-Venezuela conta com mais de 2 mil quilômetros de extensão.
A opinião dos militares é que, mantendo a fronteira aberta, o Brasil teria o melhor controle sobre quem entra e sai do País.
Estadão Conteúdo