Censo Social mapeará comunidades tradicionais e entidades do Paraná
Modificado em 10/02/2020, 10:29
A Superintendência de Diálogo e Interação Social (Sudis), do Governo do Estado, elaborou um Censo Social para mapear todas as comunidades tradicionais, movimentos sociais e entidades sem fins lucrativos do Paraná. O questionário será encaminhado às prefeituras neste mês de fevereiro e vai ajudar a localizar os povos tradicionais e as iniciativas da sociedade civil em diferentes áreas de atuação, facilitando a formulação de políticas públicas em áreas de interesse social.
Os municípios terão até 60 dias para responder e reencaminhar o questionário à Sudis. A medida faz parte do programa Diálogo Paraná Itinerante, que busca estreitar o relacionamento do Governo do Estado com comunidades, movimentos sociais e organizações.
BANCO DE INDICADORES - Os dados levantados no Censo Social alimentarão o Banco de Indicadores Sociais (BIS), ferramenta que está sendo elaborada, a pedido da Sudis, pela Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar). O BIS será disponibilizado a órgãos públicos estaduais e municipais, prefeituras e câmaras municipais, para embasar com dados socioeconômicos os projetos do Estado e dos municípios na área social.
O superintendente de Diálogo e Interação Social, Mauro Rockembach, explica que a proposta é conhecer de forma aprofundada a realidade social das comunidades paranaenses. “É uma ferramenta de planejamento, que contribui para conhecer essa realidade e trazer os cidadãos para dentro do contexto do Estado, dar voz e participação na elaboração de políticas públicas e em projetos importantes para a cidadania”, diz.
QUESTIONÁRIO – O Censo Social inclui questões como o mapeamento de áreas ou loteamentos irregulares nos municípios; identificação de conflitos urbanos ou rurais e reintegrações de posse; de políticas públicas para geração de emprego e renda; de mecanismos de prevenção e combate a Infecções Sexualmente Transmissíveis e HIV/Aids.
Com relação às entidades sociais sem fins lucrativos, a ideia é descobrir suas áreas de atuação e o impacto nos municípios do trabalho de instituições como Apaes, clubes de mães, associações de moradores e ONGs que atendem crianças, idosos, homossexuais, da causa animal, entre outras.
Outra área de abrangência é a identificação das comunidades tradicionais que existem no Estado. Na quinta-feira (30), a Sudis lançou o Grupo de Trabalho dos Povos e Comunidades Tradicionais do Paraná, com o objetivo de unificar as políticas públicas estaduais voltadas a povos indígenas, quilombolas, benzedeiras, cipozeiros, faxinalenses, ribeirinhos, ilhéus, religiões de matriz africana, ciganos e pescadores artesanais.
O primeiro passo do projeto é descobrir o número dessa população, onde as comunidades estão localizadas e os seus meios de subsistência. “O Diálogo Paraná Itinerante vai nos dar uma ideia das condições das comunidades e povos tradicionais do Paraná. Os dados que temos hoje são baseados no Censo de 2010 e já estão desatualizados”, explica o coordenador de Tratamento e Análise da Sudis, Denilton Laurindo.
ESCRITÓRIOS ITINERANTES – Após a análise dos dados recebidos no cadastramento, o próximo passo será a visita dos escritórios itinerantes nas comunidades onde as entidades e grupos tradicionais foram cadastrados. Os escritórios itinerantes funcionarão em vans e servirão como base para o atendimento da Equipe Técnica Multidisciplinar da Sudis, que contará, também, com parcerias de universidades, prefeituras e outros órgãos governamentais.
A ideia é promover rodadas de palestras e de capacitação técnica para os dirigentes e associados das entidades, os chamados Mutirões do Saber. “Esta etapa é uma das mais importantes, pois a partir daí será possível triar, estudar a viabilidade e dar o melhor encaminhamento possível para os projetos e políticas públicas que vamos implantar”, afirma Rockembach.