Bombeira afirma ter sido demitida por “sensualizar” no Instagram
Modificado em 04/02/2020, 15:07
A bombeira americana Pritchard, de 27 anos, afirma que foi demitida da corporação pelas fotos e vídeos que posta em sua conta do Instagram. Ela, apresentou uma queixa por demissão sem justa causa alegando que foi dispensada por conta de seu gênero e pela forma como usava as próprias redes sociais.
Personal trainer, a jovem publicava vídeos e fotos de treinos, praticando esportes, além de outras atividades. De acordo com Pritchard, tudo começou em 2018, quando um membro do conselho do Distrito de Incêndio de Evergreen, no Colorado, EUA, alegou que um “cidadão preocupado” o alertou sobre o comportamento dela na internet.
Desde então, já foram cerca de 20 reprimendas recebidas por ela de seus superiores, todos relacionados às publicações. “Era como andar em cima de cascas de ovo o tempo todo”, afirmou Presley à revista Vice.
A situação chegou ao ponto dela ser questionada sobre as calças que usava — padrão para as mulheres da corporação — serem provocantes demais. “Então eu vou usar calça feminina. Devo deixar minha bunda em casa?”, disse na entrevista.
Com 162 mil seguidores, Pritchard percebeu que seus colegas de profissão que faziam posts parecidos nunca eram repreendidos da mesma forma. “É realmente muito hipócrita. É péssimo, porque você vê bombeiros com esses calendários sexy. Se as mulheres fizessem isso, seriam literalmente espancadas até a morte. Todo mundo as chamariam de putas e prostitutas. Mas tudo bem para os caras, assim como todos os caras do meu departamento têm fotos deles no treinamento”, desabafou.
Demissão
A demissão ocorreu em agosto do ano passado, quando ela deixou on-line fotos de si mesma usando uniforme depois de ter sido avisada para retirá-las em até cinco dias. Presley afirmou que não as retirou porque, sob orientação do advogado, o departamento não tinha uma “política padrão de mídia social” escrita.
Em dezembro, Craig Williams, chefe dos bombeiros da Evergreen, afirmou que “estabeleceu políticas e procedimentos para tratar de reclamações”. “O distrito leva muito a sério todas as alegações que recebe em relação às condições do local de trabalho”, disse Williams. “Embora a queixosa nunca tenha feito ou relatado nenhuma denúncia ao distrito enquanto estava empregada, o distrito contratou um investigador independente para concluir uma investigação sobre a validade das queixas. Após uma investigação aprofundada, nenhuma evidência foi encontrada para apoiar nenhuma das alegações da queixoso”, completou.
Para Pritchar, que agora estuda para se tornar paramédica em voos, a lição que fica é: mulheres, lutem pelos seus direitos. “É realmente importante que alguém defenda e fale, e eu realmente não me importo! Tipo, diga o que você quiser, eu tenho casca grossa. Outros não”.
Com informações, Metrópoles.