Paraná bloqueia fronteira para inibir entrada de foragidos do Paraguai
Modificado em 20/01/2020, 15:26
A Secretaria da Segurança Pública determinou às polícias Militar e Civil o bloqueio das entradas no Paraná, nas faixas de fronteira, em especial na região Oeste do Estado, seja por terra (rodovias e matas) ou rios. A medida é para inibir a entrada de foragidos de um presídio da cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero.
O reforço de policiamento inclui patrulhamento aéreo. Além do uso de helicóptero, a operação envolve o uso de embarcações, viaturas, motocicletas e cães. A atuação policial também conta com ações de inteligência, congelamento de áreas e abordagens policiais.
"As forças policiais estão desdobradas no terreno fronteiriço, e outras regiões, com o objetivo de identificar e prender os foragidos”, afirma o secretário da Segurança Pública, coronel Rômulo Marinho Soares. Segundo ele, o Paraná está trabalhando integrando com o Exército Brasileiro e com as Polícias Rodoviária Federal e Polícia Federal. “Acreditamos que atuando de forma conjunta teremos mais êxito no combate ao crime organizado e na recaptura destes foragidos”
O secretário destaca que as medidas foram determinadas pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior para garantir segurança e proteção “ao cidadão de bem que precisa trabalhar, estudar, e ter seu lazer nessas regiões que podem ser usadas como esconderijo para estes foragidos". Em caso de prisão de qualquer foragido do Paraguai, a Secretaria de Segurança pedirá o encaminhamento da pessoa para presídio federal de segurança máxima.
POLÍCIA MILITAR - Além do policiamento preventivo e ostensivo da Polícia Militar, bem como ações de inteligência, a Secretaria da Segurança Pública está ampliando as ações por meio de barreiras e bloqueios policiais, que permitem identificação e abordagem de pessoas, como uma malha de recobrimento para complementar as atividades regulares.
Na região Oeste, os quatro batalhões estão empenhados neste reforço, são eles: Foz do Iguaçu (14º Batalhão), Toledo (19º Batalhão), Pato Branco (3º Batalhão) e Francisco Beltrão (21º Batalhão). “Cada uma das unidades atende diversas cidades, cobrindo toda a região de fronteira com Paraguai e Argentina, e também a divisa com o Mato Grosso do Sul”.
Além dessas unidades, o Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron) está aplicando o Pelotão Cobra com embarcação nos rios desde o anúncio da fuga. “Pelos rios existem muitas saídas por meio de portos clandestinos, por isso estamos atuando fortemente nestas áreas, locais onde costumeiramente pessoas passam tentando levar armas, drogas e outros produtos ilegais”, explicou o coronel.
O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) já enviou no domingo o Comandos e Operações Especiais (COE). Nesta segunda, estão sendo enviados a Rondas Ostensivas de Natureza Especial (RONE) e a Companhia de Choque (CiaPChoque) para recobrimento de patrulhamento e de operações.
“O diferencial é a formação dos militares, que estão preparados para atuar em situações de crise, enquanto os policiais do BPFron recebem doutrinas especiais para operações aquáticas e aéreas”, informa o subcomandante da PM, coronel Antônio Carlos de Moraes. “As técnicas permitem aos policiais militares operar em locais de difícil acesso e com a possibilidade de neutralizar ações de alto risco”.
POLÍCIA CIVIL - As ações de inteligência policial também estão sendo ampliadas pela Polícia Civil, por meio da troca de informações integrada com o Departamento de Inteligência do Paraná e outras forças da região de fronteira. “O objetivo é somar-se a equipes regulares que também atuam fortemente no combate ao crime organizado, impedindo a entrada de drogas, armas e facções criminosas no Estado”, afirmou o delegado-geral da Polícia Civil, Silvio Jacob Rockembach.
O helicóptero do Grupamento de Operações Aéreas (GOA) sobrevoa as áreas de balneários da região Costa Oeste. Além da aeronave, equipes de operações especiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre) reforçam o trabalho de segurança pública que está sendo realizado na fronteira.
“A Polícia Civil utiliza toda sua expertise tecnológica, de inteligência, de investigação, tática e operacional para reprimir atividades ilícitas na fronteira do Estado com países vizinhos”, explicou o delegado-geral. “Nossa Polícia também é responsável pela investigação de situações de crime e está usando a inteligência para identificar inclusive pessoas que possam estar ligadas com os foragidos”.
DEPEN - Além das ações policiais, o Departamento Penitenciário do Paraná, caso haja identificação e prisão de algum foragido, vai contribuir nas tratativas para os encaminhamentos previstos. “Vamos imediatamente solicitar a implantação destes presos em presídio federal, conforme anunciado pelo Ministro Sérgio Moro”, disse assessor jurídico do Depen, Renan Ferreira.