Carol Nakamura fala sobre planos de adotar menino: "É uma criança que não ia ter futuro"
Modificado em 27/12/2019, 15:01
Há anos, Carol Nakamura, de 36 anos, frequenta o IDE - Inclusão E Desenvolvimento Pelo Esporte no Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Localizado em uma área de extrema pobreza, o projeto - liderado pelo pastor Anderson Leite - dá um novo horizonte, através do esporte, a crianças e adolescentes que, antes, não tinham nenhuma perspectiva de vida.
Foi lá que a atriz conheceu Wallace, de 9 anos. O menino mora com a avó, que tem sérios problemas de saúde, e nunca foi à escola. Comovida com a história de vida do garoto, Carol decidiu levá-lo para casa com o noivo - Gui Leonel - a fim de dar uma oportunidade de estudo para ele.
"Peguei o Wallace, a princípio, para alfabetizá-lo, colocá-lo na escola e dar uma condição de vida melhor para ele. Tudo com a autorização da família. Ele mora com a avó, mas ela está muito doente e impossibilitada de levá-lo e buscá-lo na escola. Então me responsabilizei a fazer isso, já que para estudar ele precisa estar comigo", conta à Quem.
Carol - que já é mãe de Juan, de 19 anos - diz que a ideia é adotá-lo no futuro. "Se eu fosse esperar todo o processo de adoção, que é burocrático, a criança ia perder mais um ano de estudo. Então peguei autorização para ele estudar e depois entro com o processo de adoção. Já falei com o advogado e depende da vontade dele e da família, é claro", explica.
A atriz admite que não estava fazendo planos para adotar ninguém. "Não estava pensando em nada disso agora, minha vida é super corrida. Mas como eu faço um trabalho voluntário no lixão de Gramacho há alguns anos, sempre estava indo lá constantemente, e o Wallace é um dos poucos que não estudam. Ele nunca foi à escola. E quer ser veterinário. Como ele vai ser veterinário se nunca foi à escola?", questiona.
Carol afirma conhecer a família do menino há pouco tempo. "Mas conheço o Anderson, que administra o projeto, e ele me contou a história do Wallace. Nós conversamos com a família dele e a avó me disse que a mãe dele não liga para ele há alguns meses, então a guarda foi para ela. Conversei com a avó e perguntei se ela gostaria que eu o ajudasse a estudar, falei que tinha que colocar o Wallace na escola, aí ela começou a falar que tinha muita vontade, mas não dava conta e aí que tudo começou", recorda. "Eu falei que podia me responsabilizar. Só que a gente se apega e ele não quer sair daqui de casa de jeito nenhum. A prioridade é a alfabetização, quero que ele tenha um futuro e uma oportunidade. E a única oportunidade que ele pode ter é através do estudo", acrescenta.
A atriz diz que ela e o noivo estão muito felizes. "Estamos contentes demais porque é uma criança que não ia ter futuro. E o futuro sempre é a educação. Queremos que tudo dê certo, mas ainda não o adotamos. É um processo burocrático bem difícil. Estamos com ele com o consentimento da família para ajudar na educação. O futuro a Deus pertence. Se tudo der certo - e tomara que dê -, a gente vai entrar com o processo legal caso a família autorize", planeja.
Via, Quem.