Paraná intensifica ações de combate à febre amarela
Modificado em 16/08/2019, 10:41
O Paraná reforça o combate à febre amarela até 31 de novembro com ações diferenciadas. As medidas foram colocadas em prática a partir desta quinta-feira (15) em 345 municípios e incluem a intensificação da vacina contra a doença e trabalhos para a detecção e investigação de epizootias, que é a morte de macacos provocada pela contaminação do vírus da febre amarela.
O combate intensificado ocorre de acordo com o Plano de Ação do Estado do Paraná, pactuado com o Conselho Estadual de Saúde, Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Paraná e com as 22 Regionais de Saúde. As atividades serão realizadas antecipando a possível rota que o vírus fará no próximo período epidemiológico.
Nesta quinta-feira (15), a secretaria estadual promoveu uma reunião em Ponta Grossa, com a participação de coordenadores do Ministério da Saúde e com a presença de representantes de 12 municípios que fazem parte da 3ª Regional de Saúde. O encontro oficializou o início do período de intensificação no Estado.
O coordenador nacional de Vigilância das Arboviroses do Ministério da Saúde, Rodrigo Said, explicou que as ações acontecem no âmbito tripartite, envolvendo os entes federal, estadual e municipal. “Estamos alinhavando cenários de risco, avaliando áreas de baixas coberturas vacinais e focando a intensificação da vacina no público-alvo, que é a pessoa do sexo masculino, adulto/jovem, que vive ou trabalha em áreas rurais. Os municípios já estão sendo orientados para busca ativa desta população para a imunização contra a febre amarela”.
Said disse que Plano de Ação identifica quatro possíveis rotas que o vírus poderá percorrer no próximo período sazonal. Se acordo com ele, uma rota se desloca para a região Norte e se divide, abrindo um segundo caminho sentido Foz do Iguaçu. “Outra rota é o Litoral, descendo para Santa Catarina, e a quarta rota sai do Centro do Estado e também segue para a fronteira de Santa Catarina. Com estes caminhos traçados antecipadamente podemos identificar com mais precisão as epizootias e imunizar a população”.
A Secretaria da Saúde do Paraná começou a desenvolver o Plano de Ação em fevereiro deste ano com apoio do Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana de Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Superintendência de Controle de Endemias de São Paulo e secretarias estaduais da Saúde de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
PRIMATAS - “Destacamos sempre que os macacos são nossos sentinelas. Se existe silêncio nas matas é porque os macacos podem estar morrendo e isso é sinal de vírus em dispersão”, explicou o coordenador de Arboviroses do ministério. “Por isso recomendamos a investigação de todas as epizootias como medida preventiva”, complementou.
Por meio da Fiocruz já está disponível para toda a população o aplicativo SISS-GEO, que permite o envio de fotos e informações sobre macacos contaminados ou mortos. O sistema envia os dados diretamente ao serviço de Vigilância mais próximo.
VACINA - A coordenadora do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, Francieli Fontana, reforçou que a atual recomendação é para que a vacina seja aplicada em crianças a partir de nove meses. “E não fechamos idade limite, inclusive orientamos que pessoas acima de 60 anos também recebam a dose”, disse. De acordo com ela, o ministério tem cerca de 40 milhões de doses disponíveis e o objetivo é atingir cobertura vacinal de 95% da população.
“O Paraná já passou a orientação a todas as Regionais de Saúde e precisamos melhorar nossa cobertura vacinal. Em 2017 o Estado teve 57,3% da população vacinada contra a febre amarela e, em 2018, atingimos 63%”, disse Vera Rita da Maia, chefe da Divisão de Imunização da secretaria.
Segundo Vera Rita, o Paraná tem doses suficientes em estoque e adquiriu 6 milhões de seringas para esta tarefa de intensificação. “A Secretaria da Saúde do Paraná está à disposição dos municípios para apoio às estratégias de vacinação e nosso objetivo é chegar a 95% de cobertura vacinal e sem registro de novos de febre amarela no próximo período epidemiológico”.