Polícia acredita que tiroteio foi cuidadosamente planejado
Modificado em 14/03/2019, 08:19
A tragédia que chocou o país ontem (13) e transformou a Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, a 57 quilômetros de São Paulo, em um cenário de guerra é um quebra-cabeça em fase de montagem. O tiroteio promovido por dois jovens provocou dez mortes e deixou 11 feridos. A Polícia Civil busca compreender o crime e já sabe que houve um plano meticulosamente organizado.
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, João Camilo Pires de Campos, disse que policiais coletam depoimentos e provas. Segundo ele, é possível confirmar alguns detalhes sobre o que ocorreu antes e durante do massacre no colégio.
No começo da manhã, Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, foram à locadora de Jorge Antonio Moraes, de 51 anos. Lá, eles atiraram contra Jorge, que era tio de Guilherme, e deixaram o local em um carro Chevrolet Onix branco roubado e seguiram para o colégio.
Como ex-aluno da escola estadual, Guilherme pediu para entrar no colégio, por volta das 9h40, e foi autorizado. Era o horário de intervalo das aulas, muitos estudantes lanchavam e vários estavam fora das classes.
Não se sabe em que momento Guilherme colocou a máscara para não ser reconhecido, mas a primeira pessoa atingida foi a coordenadora Marilena Ferreira Vieira Umezo, 59 anos, depois Eliana Regina de Oliveira Xavier, 38 anos, funcionária do colégio. Os dois atiradores estavam juntos logo na entrada.
Com base nos primeiros depoimentos, a polícia acredita que os dois atiradores partiram para o ataque juntos. Quando eles se deparam no Centro de Línguas com a porta fechada e perceberam que estavam encurralados pelos policiais da força tática teriam se desesperado.
A polícia foi acionada por causa do assalto à locadora de veículos e chegou à escola em oito minutos. Ao serem surpreendidos pelos policiais, os dois jovens estavam preparados para entrar em uma sala lotada de alunos. Neste momento, segundo o secretário, um jovem atirou no outro e depois suicidou-se.
Mortos
1. Caio Oliveira, 15 anos, estudante.
2. Claiton Antonio Ribeiro, 17 anos, estudante.
3. Douglas Murilo Celestino, 16 anos, estudante
4. Kaio Lucas da Costa Limeira, 15 anos, estudante.
5. Samuel Melquiades Silva Oliveira, 16 anos, estudante.
6. Eliana Regina de Oliveira Xavier, 38 anos, funcionária da escola.
7. Marilena Ferreira Vieira Umezo, 59 anos, coordenadora pedagógica.
8. Guilherme Taucci Monteiro - 17 anos
9. Luiz Henrique de Castro - 25 anos
10. Jorge Antonio de Moraes, 51 anos, dono da locadora e tio de um dos atiradores
Feridos
1. Adna Isabella Bezerra de Paula, 16 anos
2. Anderson Carrilho de Brito, 15 anos
3. Beatriz Gonçalves Fernandes, 15 anos
4. Guilherme Ramos do Amaral, 14 anos
5. Jenifer da Silva Cavalcante6. José Vitor Ramos Lemos
7. Leonardo Martinez Santos
8. Leonardo Vinícius Santa Rosa, 20 anos
9. Letícia de Melo Nunes
10. Murillo Gomes Louro Benites, 15 anos
11. Samuel Silva Félix
VELÓRIO
O velório dos corpos de seis vítimas começou por volta das 6h30 desta quinta-feira (14), na Arena Suzano no Parque Max Feffer.
-Caio Oliveira, 15 anos
-Kaio Lucas da Costa Limeira, 17 anos
-Samuel Melquíades Silva de Oliveira, 16 anos
-Claiton Antonio Ribeiro, 17 anos
-Eliana Regina de Oliveira Xavier, 38 anos
-Marilena Ferreira Vieira Umezo, 59 anos
Uma missa ecumênica está prevista para acontecer no local às 14h.
Outras vítimas
O corpo de Marilena Umezo será sepultado apenas no sábado (16), quando um dos filhos dela retornar do exterior.
O velório de Douglas Murilo Celestino começou por volta de 1h em uma igreja evangélica em Suzano.
O corpo do comerciante Jorge Antonio de Moraes está sendo velado no Cemitério Colina dos Ypês, em Suzano, onde será sepultado.