Justiça manda fechar praça de pedágio e reduzir tarifas da Econorte
Modificado em 23/11/2018, 07:56
A Justiça Federal determinou nesta quinta-feira (22) o fechamento da praça de pedágio da concessionária Econorte em Jacarezinho (norte do PR) , a redução em 26,75 % dos preços das tarifas nas outras praças, o início em 30 dias da construção do Contorno Norte de Londrina e o bloqueio de R$ 1 bilhão da empresa e de suas controladoras.
A decisão é do juiz Rogerio Dantas Cachichi em ação movida pelo Ministério Público Federal com o apoio do Governo do Estado, que faz parte do polo ativo da ação. Com a decisão, o juiz federal suspende os efeitos dos termos aditivos e atos administrativos firmados nos últimos anos e retoma o contrato original das obras assinado entre a concessionária e o DER em 1997.
Segundo o magistrado, devido aos fatos citados nas duas fases da Operação Integração da Força Tarefa da Lava Jato - que apura irregularidades nos contratos de concessão do Estado do Paraná - e nos depoimentos de colaboradores há fortes indícios de existência de esquema de corrupção sistêmica que produziu aditivos para favorecer as empresas.
"Em consequência, deve ser determinada a imediata desinstalação da praça de pedágio de Jacarezinho, a redução imediata das tarifas praticadas nas praças de arrecadação da Econorte em 26,75% e a imediata retomada do cronograma original das obras da concessão, incluso o Contorno Norte de Londrina", afirma o juiz.
Segundo a decisão, as cancelas da praça de Jacarezinho devem ser abertas de imediato, "vedada a cobrança de tarifas no local" e " a retomada do cronograma original das obras da concessão seguindo a metodologia proposta pela Procuradoria do Estado do Paraná". Dentro do cronograma original, o juiz Rogerio Dantas Cachichi determina "início em 30 dias da obra do Contorno Norte de Londrina com custeio integral de desapropriações pela concessionária conforme o contrato original".
Interesses do Estado
A governadora Cida Borghetti afirmou que a decisão vem ao encontro dos interesses do Estado. E que o Paraná precisa continuar a construção de um novo modelo de pedágio. "Lutamos por uma tarifa muito mais justa, com mais obras e rodovias mais seguras. Por isso, determinei à Procuradoria do Estado que se associasse ao Ministério Público Federal na demanda", disse.
Desde o início de outubro, as seis concessionárias de pedágio do Paraná estão sob intervenção administrativa por determinação da governadora. A ação busca assegurar o repasse de toda e qualquer informação. A intervenção foi recomendada pela Controladoria Geral do Estado (CGE) e pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), após análise dos fatos apurados pela Operação Integração II, da força tarefa Lava Jato.
Policiais militares
Seis oficiais da reserva da Polícia Militar passaram a trabalhar dentro das concessionárias de forma a impedir a continuidade de atos considerados ilegais ou irregulares, facilitar o acesso das autoridades aos documentos das empresas e garantir respostas, dentro dos prazos, às demandas da Justiça.
Econorte vai recorrer
A Econorte manifestou em nota na noite desta quinta-feira (22) que vai manter a cobrança de tarifas na praça de pedágio em Jacarezinho até julgamento de recurso judicial.
Da Assessoria