Pesquisadores criam vírus modificado que mata células do câncer
Modificado em 20/11/2018, 11:01
Cientistas da Universidade de Oxford, no Inglaterra, desenvolveram um vírus modificado geneticamente que pode matar células cancerígenas, levando esperança a muitos portadores da doença.
O vírus ataca tanto os tumores quanto as células saudáveis, conhecidas como fibroblastos, que foram “enganadas” para proteger o sistema imunológico da neoplasia.
Os pesquisadores relataram que essa é a primeira vez que os fibroblastos associados ao câncer em tumores sólidos são especificamente direcionados dessa maneira.
"Mesmo quando a maioria das células cancerosas em um carcinoma é morta, os fibroblastos podem proteger as células cancerosas residuais e ajudá-las a se recuperarem e voltarem a crescer", afirmou o médico Kerry Fisher, do departamento de oncologia da Universidade de Oxford, que coordenou a pesquisa.
“Nossa nova técnica para atacar simultaneamente os fibroblastos enquanto matam as células cancerosas com o vírus pode ser um passo importante para reduzir a supressão do sistema imunológico nos carcinomas e deve dar início ao processo imunológico normal", acrescentou o pesquisador.
O vírus enadenotucirev
O vírus, chamado enadenotucirev, já é utilizado em ensaios clínicos para o tratamento de cânceres que começam no pâncreas, cólon, pulmão, mama, ovário ou próstata.
Os cientistas anexaram ao vírus uma proteína chamada de um agente biológico de células T. Uma extremidade da proteína foi direcionada para se ligar a fibroblastos, enquanto a outra extremidade especificamente aderiu a células T – um tipo de célula imune que é responsável por matar células defeituosas.
As duas juntas desencadearam as células T para matar os fibroblastos que estão ligados aos tumores.
Imunoterapia
“A imunoterapia está emergindo como uma nova e estimulante abordagem para o tratamento de cânceres. Esse inovador sistema de entrega viral, direcionado ao câncer e tecido protetor circundante, poderia melhorar os resultados para pacientes cujos cânceres são resistentes aos tratamentos atuais”, acrescentou o doutor Nathan Richardson, chefe de medicina molecular e celular do Conselho de Pesquisa Médica (MRC), que integra o pool de financiamento do estudo.
A equipe testou a terapia em camundongos e em amostras frescas de câncer humano coletadas de pacientes. Eles também testaram o vírus em amostras de medula óssea humana saudável e descobriram que não causavam toxicidade.
Se mais testes de segurança forem bem-sucedidos, o tratamento poderá ser testado em pacientes com câncer no ano que vem. Os resultados foram publicados na revista Cancer Research.
As informações são do Daily Mail