Edison Brittes teria telefonado para dar pêsames à mãe de Daniel
Modificado em 02/11/2018, 19:35
Familiares do jogador Daniel Corrêa, de 24 anos, assassinado em São José dos Pinhais, afirmaram com exclusividade ao R7 que o empresário Edison Brittes Junior, preso na última quinta-feira (1º), telefonou para a mãe da vítima dois dias após o crime para dar os pêsames e oferecer auxílio. A revelação é de um parente próximo de Daniel, que mora em Conselheiro Lafaiete (MG), cidade onde o atleta passou a infância.
Preocupados com o desaparecimento de Daniel — que estava emprestado pelo São Paulo ao São Bento —, os parentes passaram a perguntar a amigos do jogador onde ele poderia estar e descobriram a festa que estava sendo realizada na casa da família Brittes.
"Esse maluco ligou para a mãe dele [Daniel]. Foi um negócio bem de sangue frio mesmo. Se o Daniel tivesse estuprado, ele não ligaria para a mãe [do estuprador] e falaria sobre sentimentos dele. Não se estivesse defendendo a honra da família. Esse cara está inventando a versão dele", acusou o parente da vítima.
Os ataques à memória de Daniel também têm causado ainda mais sofrimento aos familiares, segundo o familiar, que pediu para não ser identificado por temer retaliações por parte dos suspeitos. "Estamos feridos, porque não temos a nossa versão, somente a deles. Antes, o Daniel era um coitado e agora é um estuprador que merecia ter morrido. Como a filha dele irá crescer com pessoas dizendo que o pai dela era estuprador?", completou o parente do meia, citando a menina de dois anos, filha de Daniel.
O familiar rechaçou a hipótese de que Daniel tenha violentado a mulher do empresário, Cristiana Brittes, também detida por participação no homicídio, junto com a filha Allana, de 18 anos, de quem o jogador era amigo e participou da festa de aniversário de 17 anos, em 2017 — em vídeo, Allana disse que conheceu o atleta há menos de um ano.
"Acredito que ele tenha feito sexo com a moça [Cristiana] consensualmente, o rapaz [Edison] entrou no quarto e flagrou eles dormindo juntos. Não à toa, Daniel foi encontrado descalço, provavelmente do jeito que eles o tiraram do quarto e fizeram o que fizeram", disse.
Timidez e relação com a família
O parente conta que era muito próximo de Daniel. "A gente jogava bola juntos. O Daniel era muito próximo da família. Fazia questão de ver todo mundo quando vinha para cá. Inclusive a avó, de 92 anos".
Ainda segundo ele, o meia era tranquilo, mais tímido com quem não tinha intimidade e também possuía poucas amizades devido à vida de futebolista. "Pelo fato de viver viajando, porque jogou em vários clubes, tinha um grupo de amigos bem menor e estava sempre em contato com essa turma", relembrou o jovem.
Ficha criminal do empresário
Edison possui uma extensa ficha criminal e responde por diversos processos desde 2005. Entre os crimes praticados constam pelo menos três contravenções por porte ilegal de arma, uma em 2018, outra em 2017 e a terceira em 2015.
Também em 2015, por meio de uma denúncia anônima, Brittes foi acusado de realizar adulteração de chassi de veículo. Após abordagem da polícia na casa do suspeito, o veículo foi localizado e então os policiais constataram uma adulteração na numeração dos vidros do automóvel. Em 2017, mais um processo de adulteração de veículo foi encontrado no nome de Edison por meio de uma outra denúncia.
Em 2005, ele respondeu por ameaça e crime contra a pessoa e, em 2007, foi acusado de crime contra o patrimônio.Nesta quinta-feira (1º), no início da tarde, o advogado Claudio Dalledone Junior, que defende o suspeito de matar o jogador de futebol, entrou com um pedido judicial para ter acesso a todos os processos sigilosos que estão em trâmite no nome de Edison Brittes Junior, pois, além dos processos citados acima, o homem teria ainda mais uma lista extensa de acusações.
Testemunha do caso Daniel Correa foi ouvida
Uma testemunha considerada chave, que foi ouvida durante três horas na quarta-feira (30), afirmou em depoimento, que Daniel foi brutalmente espancado dentro da residência da família - no quarto do casal- e depois levado do local, no porta-malas do carro do suspeito, para um matagal.
De acordo com sua versão, outros três homens teriam ajudado a agredir a vítima enquanto Allana e Cris entraram em desespero. “Quando eles estão batendo, eles tiram a cueca do Daniel e deixam ele só de camiseta. Nesse momento, ele já não conseguia mais falar. Ele já estava só murmurando, praticamente desmaiado", disse Jacob Filho, advogado da testemunha. Ele também contou que os agressores falavam “Vai morrer, mexeu com a mulher dos outros, vai morrer”.
(Arte: R7)
fonte - R7 com redação RIC Mais