Marina Silva defende aposentadoria diferenciada para homens e mulheres
Modificado em 23/08/2018, 19:01
A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) entrevistou nesta quinta-feira (23) a candidata da Rede, Marina Silva (veja no vídeo acima). Ela é a segunda a participar da série de entrevistas, ao vivo, a partir das 17h30, com transmissão da TV Brasil, Rádio Nacional, Portal EBC e Agência Brasil.
A entrevista teve duração de 45 minutos, dividida em três blocos, e foi realizada na sede da EBC, em Brasília, com a participação de profissionais da Agência Brasil, TV Brasil e Rádio Nacional. O objetivo é mostrar à população as propostas e ideias de todos os candidatos, enriquecendo o debate dos grandes temas nacionais.
A ordem das entrevistas foi definida por sorteio, em reunião na sede da EBC, com a participação de assessores dos candidatos à Presidência. No mês passado, a série começou a ser articulada com as assessorias dos partidos, que lançaram candidatos à Presidência da República.
Em suas considerações , Marina Silva disse que quer um país justo, que seja bom para todo mundo, com recursos que não sejam desviados pela corrupção, com emprego, saneamento básico, obras de infraestrutura e educação de qualidade. Se eleita, disse que quer um país economicamente próspero, socialmente justo, ambientalmente sustentável. Marina afirmou que pode unir os brasileiros, vai manter as coisas boas e corrigir o que está errado.
Ela é a favor da idade mínima na Previdência e acrescenta: "Enquanto as mulheres trabalharem mais que os homens, elas terão uma aposentadoria diferenciada". Para melhorar a vida dos aposentados, a candidata defende a melhora do sistema de saúde, moradia digna, bom sistema de transporte e reforma tributária com menor regressividade.
A respeito do salário mínimo, Marina Silva diz que é "uma situação delicada". Segundo ela, os trabalhadores não podem fazer o sacrifício sozinho, quando o STF quer aumentar os seus salários e os dos parlamentares.Sobre a alta do dólar, a candidata disse que vai trabalhar com a recuperação do tripé da política macroeconômica, com câmbio flutuante, com mecanismos de proteção ao câmbio, superávit primário com metas de inflação.
A candidata Marina Silva diz que o país precisa recuperar a credibilidade para voltar a crescer e gerar emprego. Uma das áreas que ela defende investimentos é em infraestrutura.
"Não existirá uma boa educação infantil, educação básica e ensino médio se não tivermos um bom ensino superior", disse. Ainda sobre educação, a candidata disse que a prioridade será a educação infantil. "Nós temos que treinar os professores, remunerar adequadamente e equipar as escolas".
“Vamos trabalhar para que as pessoas possam ter acesso à educação de qualidade, com inclusão produtiva”. Segundo ela, o Brasil precisar gerar emprego para que pessoas possam sair do Bolsa Família. Para a candidata, educação é o melhor caminho para inclusão.Cada pessoa tem suas necessidades específicas em relação à saúde, complementou a candidata.
Sobre a população LGBTI, Marina Silva defende que todos devem ser tratados "como cidadão". "Tratar as pessoas respeitando os seus direitos", disse. Outra proposta da candidata é a contratação de mais profissionais médicos para atuarem no interior do país.
Sobre saúde, a candidata Marina Silva defende uma reestruturação do sistema. Ela defende que os médicos da família resolveriam mais de 30% dos casos.
A candidata afirmou que, sobre a descriminalização do aborto, é preciso pensar como questão muito difícil e complexa. "Temos que trabalhar planejamento familiar para além da ideologia". “Sou contra o aborto”. “Defendo o plebiscito”, disse, no caso de ampliar para além do que é permitido no momento. Para a candidata Marina Silva, o Judiciário não deve legislar sobre o Congresso na questão do aborto.
Questionada sobre a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro, Marina Silva disse que a violência precisa ser combatida de forma estruturada e estruturante. "Quando há problemas, os políticos criam factóides para resolver". A candidata defende que o Exército Brasileiro não tem função de segurança pública. Para ela, a função é da polícia e "não deixar a população do Rio à própria sorte".
Ainda sobre Roraima, Marina afirmou que não é apenas uma questão de mais recursos. Segundo ela, Pacaraima é uma pequena cidade, com falta de empregos. A candidata defendeu a gestão compartilhada da situação com estado, município e governo federal de acolhimento dos refugiados e para a população local. “Não é é só questão de dinheiro, mas de gerir esse dinheiro”.
Conheça a candidata Marina Silva
A candidata nasceu em uma pequena comunidade chamada Breu Velho, no Seringal Bagaço, em Rio Branco, no Acre. Em 1984, ajudou a fundar a Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Acre. No ano seguinte, filiou-se ao PT. Foi eleita pela primeira vez a um cargo público em 1988, quando foi a vereadora mais votada de Rio Branco. Já foi deputada estadual e senadora (dois mandatos). Foi ministra do Meio Ambiente no governo Lula. Disputa a eleição presidencial pela terceira vez. Ao TSE, declarou patrimônio de R$ 118,8 mil.
Confira o calendário das próximas entrevistas com os presidenciáveis:
23/08: Marina Silva (Rede)
27/08: Henrique Meirelles (MDB)
28/08: Guilherme Boulos (PSOL)
29/08: Lula (PT)
3/09: Jair Bolsonaro (PSL)
4/09: João Vicente Goulart (PPL)
5/09: Alvaro Dias (Pode)
6/09: Geraldo Alckmin (PSDB)
10/09: José Maria Eymael (DC)
11/09: Ciro Gomes (PDT)
12/09: Vera Lúcia (PSTU)