Saúde alerta sobre risco de acidentes com fogos de artifício
Modificado em 02/07/2018, 18:47
O Paraná é o sétimo estado brasileiro com maior número de internações causadas por acidentes com fogos de artifício. O dado consta do levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em parceria com as Sociedades Brasileiras de Cirurgia de Mão (SBCM) e de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), divulgado em junho.
A pesquisa analisou as informações do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) dos últimos 10 anos. Segundo o estudo, entre 2008 e 2017, o Paraná registrou 179 internamentos causados por fogos de artifício, ficando na sétima posição entre os estados brasileiros. Em todo o país, foram 5.063 no período.
Como alerta o secretário de Estado da Saúde, Antônio Carlos Nardi, diz que a preocupação é que o número de acidentes aumente devido ao período de festas juninas e julinas e também da Copa do Mundo de Futebol. “Sabemos que a maioria dos acidentes com fogos acontece durante festas e comemorações. Queremos alertar a população para que tome todos os cuidados possíveis para evitar problemas. Usar fogos de artifício exige responsabilidade”, diz o secretário.
RISCOS – Quando usados de forma inadequada, os fogos de artifício podem causar sérias lesões. Além do risco de queimaduras graves, especialmente na área da face, pescoço e membros superiores, outro problema comum são os traumas, principalmente nas mãos, como diz a médica do departamento de Urgência e Emergência da Secretaria de Estado da Saúde, Beatriz Monteiro.
Ela ressalta que os danos podem ser severos, incluindo mutilações irreversíveis, como a perda dos dedos ou da mão. “São lesões muito graves e que normalmente deixam sequelas ou podem até causar a morte da vítima. Por isso é necessário ter cuidado”, diz Beatriz.
De acordo com os dados da pesquisa do CFM, SBCM e SBOT, homens são a maioria das vítimas. Dos 5.063 internamentos registrados no país nos últimos 10 anos, 83% envolve vítimas masculinas. Mulheres são responsáveis por 17% dos internamentos. Outro dado preocupante é o número de internamentos de crianças e adolescentes, que chegou a 39% dos casos no período.
CUIDADOS – Os fogos de artifício podem causar acidentes quando apresentam defeitos de fabricação e montagem ou são manipulados incorretamente. Por isso, um dos primeiros cuidados para quem quer usar fogos é fazer a compra apenas em lojas devidamente licenciadas pela Secretaria de Estado de Segurança Pública, através da Delegacia de Explosivos, Armas e Munições, conforme prevê a Lei Estadual 13.758. Os fogos também não devem ser modificados, adaptados ou reaproveitados, pois qualquer alteração compromete a segurança do produto.
Na hora de disparar os fogos, deve-se seguir corretamente as instruções constantes nos rótulos dos produtos. Quem estiver alcoolizado ou sob efeito de drogas não deve manipular fogos de artifício. Crianças devem ser mantidas a distância. “Manipular fogos de artifício exige plena consciência e controle, coisas que uma criança ou um adulto sob efeito de álcool ou drogas não possui. Ter acesso a fogos nesse estado é um grande risco”, diz Beatriz.
EMERGÊNCIA – Em casos de acidentes com fogos de artifício, a conduta correta é procurar atendimento médico especializado. Dependendo da gravidade, os serviços de emergência (Samu – 192 e Siate – 193) devem ser acionados imediatamente para socorrer a vítima no local da ocorrência.
Dicas para usar fogos de artifício com mais segurança
- Compre fogos de artifício apenas em lojas credenciadas.
- Não guarde fogos em casa.
- Siga sempre as orientações e normas de segurança indicadas no rótulo do produto.
- Não manipule fogos sob efeito de álcool, drogas ou medicamentos.
- Evite o acesso de crianças aos fogos.
- Se um fogo de artifício falhar, não tente reacendê-lo.
- Não solte fogos em locais fechados, ou próximo de árvores, fiações elétricas ou produtos inflamáveis.
- Para disparar os fogos, prefira usar extensores ou bases fixas.
- Mantenha sempre água ou um extintor próximo caso seja necessário.
fonte AEN