Bolsistas da UEM buscam soluções contra a Covid -19
Modificado em 17/04/2020, 16:40
A Universidade Estadual de Maringá (UEM) está entre as instituições terão bolsistas estudando formas de combater o novo coronavírus. A iniciativa está dentro do Programa e Combate a Epidemias, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que investe R$ 200 milhões, para 2.600 bolsas de estudo. Em sua primeira fase, são oferecidas 1.150 bolsas imediatas, 850 delas para a área da Saúde.
O Programa de Pós-graduação de Ciências da Saúde da UEM, nota 5 na avaliação da Capes, recebeu três bolsas de mestrado e duas de doutorado para realizar estudos que vão desde o perfil clínico-epidemiológico do paciente até a manipulação de alimentos e o material de proteção que profissionais da cozinha usam durante o surto a fim de evitar a contaminação.
TUBERCULOSE E COVID-19 - O biomédico Henderson Narciso recebeu uma bolsa de mestrado na UEM para dar continuidade à pesquisa que avalia a epidemiologia – fatores de propagação - da Covid-19 em pacientes com histórico de tuberculose e sua relação com a vacina em recém-nascidos, a BCG (Bacillus Calmette-Guérin).
“Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registra 200 novos casos por dia de tuberculose e ainda não há estudos relacionando esta doença com a Covid-19. A busca por conhecimento que esclareça essas questões é de extrema relevância”, diz Narciso, que pretende desenvolver protocolos adequados de atendimento para esses pacientes.
Alimentos e contaminação - Francini Mantelo, farmacêutica, também recebeu uma bolsa de mestrado da Capes para continuar com a pesquisa que avalia o uso e o conhecimento dos trabalhadores da área de alimentos sobre os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e a manipulação de produtos que chegam às mesas das pessoas durante o surto
“Pretendemos avaliar se os trabalhadores estão recebendo as devidas instruções para prevenção e controle da epidemia, uma vez que essas pessoas não terão a possibilidade de aderir ao isolamento social, expostos a riscos de serem contaminados e também de transmitirem a doença”, afirma Mantelo.
NOS HOSPITAIS - Outro estudo voltado para a utilização de EPIs, desta vez no ambiente hospitalar, está sendo feito pela bolsista de doutorado da Capes na UEM, Hevillyn da Silva. A pesquisadora pretende traçar o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes atendidos com a Covid-19 e estudar a presença do SARS-Cov-2 no Hospital Universitário de Maringá (HUM), no Paraná.
“A ideia é criar subsídios suficientes para que governo e pesquisadores compreendam os fatores de disseminação da doença e criem estratégias para prevenir, controlar e eliminá-la, minimizando a mortalidade e os custos em geral”, ressalta Silva.
IMUNIDADE: A terceira bolsista de mestrado financiada pela Capes, Gabriella Bononi, realiza estudos para decifrar como este vírus atua no organismo e os efeitos desencadeados pela Covid-19. A ideia é mapear a presença de substâncias no sangue, como vitaminas e proteínas, para descobrir meios de aumentar a imunidade e minimizar a infecção e os sintomas causados pelo vírus.
“O projeto de pesquisa tem o objetivo de avaliar as dosagens séricas das vitaminas D, B12 e fator Dímero-D - proteína resultante do processo de coagulação do sangue - em pacientes acometidos pela COVID-19, internados em estado grave”.
CINÉTICA VIRAL - Déborah Moreira também é bolsista de doutorado e faz parte de uma pesquisa na área imunológica: “O projeto visa a detecção do vírus em amostras biológicas para comparar a oscilação da carga viral e do grau de infecção do vírus no período de positividade”, explica.