Parque moveleiro de Arapongas deve paralisar atividades completamente até a próxima semana
Modificado em 26/03/2020, 10:01
A pandemia de coronavírus já atingiu um dos maiores parques moveleiros do Brasil. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria Moveleira de Arapongas (SIMA) Irineu Munhoz, 50% das empresas do setor já estão paradas na cidade e a previsão é que até a próxima terça-feira (31), as outras 50% também parem a produção, caso o comércio continue fechado.
Munhoz explica que, com as lojas de varejo fechadas, muitos pedidos foram cancelados, paralisando as produções em grande parte das indústrias. De acordo com ele, parte das empresas que já fecharam as portas, estão antecipando férias aos funcionários e flexibilizando o banco de horas. Porém, se o comércio continuar fechado, serão necessárias demissões de funcionários. "Com o comércio fechado, as empresas entram em colapso financeiro. Sem receita, os empresários não podem manter os funcionários e infelizmente, haverá demissões", avaliou.
De acordo com o presidente do SIMA, a economia vive uma difícil situação e é necessário tomar medidas urgentes para que o quadro não piore ainda mais. "O combate ao coronavírus é sério, porém precisa ser feito de uma forma racional. O que estamos vendo até o momento são medidas populistas, com cunho eleitoreiro por parte de alguns governantes. Está errado fechar tudo. Precisamos fazer o que o presidente (Jair Bolsonaro) falou, tomar os cuidados, mas voltar ao trabalho", defendeu.
Munhoz acredita que medidas de segurança devem ser tomadas, e pessoas do grupo de risco para o coronavírus devem ser poupadas, porém, a parte da população saudável deve voltar ao trabalho e fazer a economia girar. "Eu por exemplo faço parte do grupo de risco, mas não estou deixando de cumprir meus compromissos, tomando todos os cuidados necessários. Estamos completando um mês do primeiro caso registrado no Brasil, e percebemos que a evolução da doença aqui é diferente da Europa. Precisamos combater esse vírus de forma racional, para que o colapso da economia não gere miséria depois que tudo isso passar", finalizou.