Caso Maria Helena tem reconstituição em Apucarana
Modificado em 19/08/2020, 20:01
Às vésperas de fazer um ano da morte da apucaranense Maria Helena Carvalho, 28 anos e a 05 meses da prisão do seu assassino confesso, Thomas Oliveira de Melo de 32 anos de idade, a Polícia Civil fez uma reconstituição do crime a pedido da defesa dele.
“É uma prova prevista no Código do Processo Penal, provavelmente para tentar demonstrar que talvez ele não tinha a intenção de matá-la. O que para nós da polícia, é uma hipótese que já está afastada”, disse a delegada Sandra Nepomuceno, titular da Delegacia da mulher de Apucarana.
O delegado chefe da 17ª Subdivisão Policial de Apucarana (SDP), Marcus Felipe da Rocha, coordenou os trabalhos com agentes e escrivães que participaram do procedimento no prédio onde o casal morava com os filhos e no apartamento onde o crime aconteceu.
Thomas disse ao delegado que em 11 de setembro de 2019 houve muita discussão, que envolveu a filha dele de três anos e o filho dela, de oito anos de idade e que tentou acalmar Maria Helena depois dela ter se trancado no quarto. “Acabou a discussão, amanhã cedo eu vou procurar uma casa para mim e vou sair, mas ela disse que não era para deixar ela sozinha com o aluguel caro e contas atrasadas”, explicou.
Eles teriam discutido cerca de duas horas e dormiram separados, Thomas relata que ficou na sala. “A hora que eu acordei ela estava em cima de mim, com uma faca que nós tínhamos de cortar carne”, diz. Em seu depoimento, Thomas confirmou que pegou uma faca e puxou Maria Helena até esganá-la, disse o delegado Marcus.
Imagens das câmeras do prédio confirmaram que a vítima entrou no dia 11, mas não foi vista saindo. As provas obtidas pelas câmeras daquela madrugada, no dia 12 filmaram Thomas saindo com o veículo e voltando a pé, sozinho. Horas depois ele é flagrado deixando o local com as duas crianças.
Maria Helena foi tida como desaparecida por seis meses, até que Thomas foi localizado convivendo com outra mulher em São Francisco do Sul, SC e confessou ter matado a apucaranense. Ele foi preso com dois mandados de prisão por feminicídio, um em SC e o de Maria Helena. O corpo da vítima foi encontrado no dia 02 de maio dentro de um poço – local indicado por Thomas, dando por encerradas as buscas.
Thomas segue preso preventivamente na carceragem da 17ª SDP em Apucarana, aguardando decisão para julgamento. Devido ao período da pandemia, o júri do caso pode não acontecer esse ano.