Campanha para ajudar aluna cega atinge meta e estudante já está com aparelho que transforma textos em áudio
Modificado em 15/12/2018, 10:36
A campanha coordenada pela direção do Colégio Estadual Polivalente, de Apucarana, que visava arrecadar R$ 19 mil para comprar um aparelho com o objetivo de ajudar uma aluna deficiente visual em seus estudos já atingiu sua meta, conforme divulgou o estabelecimento de ensino público em sua página no Facebook. Maria Gabriela Tebaldi, de 12 anos, ainda não domina totalmente a linguagem braille e tem algumas dificuldades durante as aulas. E com o dinheiro arrecadado com a campanha foi possível comprar o OrCam, um dispositivo que conta com tecnologia para transformar textos em áudio e ajuda pessoas cegas e parcialmente cegas a viver com um alto grau de independência.
"O OrCam vai me ajudar muito durante as aulas. Por enquanto, eu só escuto e gravo tudo na memória. Antes usava um gravador para ajudar", relembra Maria Gabriela. Para reforçar a aprendizagem em sala de aula, Maria conta com o auxílio da mãe que repassa todo o conteúdo oralmente em casa. "Ela é uma menina muito inteligente, mas precisa desse aparelho para ter mais autonomia na escola.
O aparelho
O OrCam faz leitura de livros, jornais, descreve as cores e até a fisionomia das pessoas", comenta a mãe dela, Maria de Lurdes da Silva Tebaldi.Ela conta que a filha nasceu aos seis meses de gestação. E devido à prematuridade, acabou tendo um descolamento da retina por conta do excesso de oxigênio ao nascer. "Eram duas meninas gêmeas. A outra filha também era deficiente e faleceu há três anos por insuficiência respiratória", comenta.
Agradecimento
Maria de Lurdes ressalta que a família não tinha condições de comprar o aparelho por meios próprios. Ela é dona de casa e o marido trabalha como ajudante de caminhoneiro. A mãe de Gabriela agradeceu a todas as pessoas que colaboraram para a compra do OrCam.
680 alunos
A rede estadual de ensino de Apucarana atende aproximadamente 680 alunos com algum tipo de deficiência, segundo dados do Núcleo Regional de Educação (NRE). Atualmente, são 34 salas de recursos tipo 1, que atendem estudantes com deficiência intelectual, transtorno global do desenvolvimento e transtornos funcionais específicos como dislexia, discalculia e deficiência neuromotora.
Além disso, a rede estadual do município também oferece uma sala de recursos multifuncionais na área da surdez e outra na área de deficiência visual.De acordo com a técnica pedagógica da educação especial do NRE, Silvana Delli Colli Morales, é essencial que os alunos com algum tipo de deficiência recebam este acompanhamento o mais cedo possível.
"Desde a descoberta da deficiência é interessante que a família já procure a sala de recursos. Lá o professor faz a estimulação essencial com esse aluno desde pequeno para que ele se desenvolva", destaca.A técnica também explica que as salas de aula do ensino regular que tem algum aluno deficiente não possuem professores de apoio porque não existe legislação que garanta ou embase este tipo de atendimento.