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Rap com sotaque paranaense na Arena Corinthians

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Escrito por Fernanda Neme
Publicado em
Modificado em 28/10/2018, 09:04
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Estilo musical que se tornou referência da cultura da periferia dos grandes centros urbanos, o rap também tem representantes pés vermelhos. As rimas dos irmãos rappers de Apucarana, Agamenon, 25 anos, e Mano Tim, 21 anos, estão entre as finalistas do festival nacional “Sons da Rua”, marcado para o dia 3 de novembro, em São Paulo. Com a música “In'verso Real”, eles participam do evento, um dos maiores do rap e da cultura hip hop do Brasil. O festival será realizado na Arena Corinthians, contando com a participação de nomes importantes do circuito como Mano Brown, Djonga, Drica Barbosa, Rael e Emicida. 

“Chegar à final é uma grande vitória para a gente. Daremos o nosso melhor no dia de evento”, explica Jonatas Agamenon da Silva Marcelino, o Agamenon, estudante do último ano de Serviço Social, da Universidade Estadual do Paraná (Unespar). Agamenon e o irmão Jefferson da Silva Marcelino, o Mano Tim, nasceram em Rolândia e se mudaram para Apucarana para estudar. Jefferson é estudante de Turismo e professor de dança. Junto deles, vieram a mãe, a empregada doméstica Luzia Pereira da Silva e a irmã Jenifer, que é acadêmica de Economia, da Unespar. 

“Viemos para estudar e a nossa mãe acabou vindo junto também. Nosso pai, Ademir da Silva Marcelino, ficou em Rolândia e sempre vamos para lá visitá-lo”, conta Agamenon. A paixão pelo rap surgiu na vida de Agamenon ainda na adolescência e Mano Tim seguiu os passos do irmão mais velho. Os dois vêm são de origem simples e foram criados na periferia de Rolândia. “Eu comecei a cantar em 2007 na rua onde morávamos em Rolândia. O nome do grupo era “Elemento X” e eu cantava na Quebrada Monte Carlo. Depois de um período parei e há três voltei a cantar com Tim”, explica Agamenon. 

Agamenon e Mano Tim diz que questões sociais e preconceito são temas sempre presentes em suas composições. “Conseguimos ter uma força para poder compor, na intenção de conseguir espalhar essa mensagem e ajudar a mudar a situação atual. A gente procura sempre essa visão voltada para o pobre, usando uma linguagem diferente e um vocabulário diversificado”, acrescenta o rapper. Após ganhar os prêmios de Destaque do Festival e ficar em quinto lugar na categoria Música Popular Inédita, do Festival de Música Mensagem de Apucarana (Femudap), os irmãos – que se apresentam como projeto “Equilíbrio Sonoro” -, pedem o apoio da população para se apresentar na capital paulista. “Precisamos de qualquer ajuda para chegar até lá, como uma van para ir ou até mesmo uma quantia para ajudar na passagem de ônibus”, explica.

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