Regional de Saúde atrasa repasse de flúor para Apucarana
Modificado em 26/09/2018, 10:23
A prevenção de cáries em mais de seis mil crianças da Rede Municipal de Educação de Apucarana pode ser prejudicada pela falha do repasse de flúor pela 16ª Regional de Saúde. Esta informação foi apresentada para a comunidade na reunião mensal do Conselho Municipal de Saúde, na segunda-feira (24/9). Todos os meses, as crianças da Educação Fundamental I, de seis a 12 anos, fazem 25 mil bochechos com flúor, uma vez por semana.
A situação foi explicada pelo superintendente do Programa de Saúde Bucal da Autarquia Municipal de Saúde, Edmundo César Verona. A Regional de Saúde faz duas entregas anuais do produto para atender os dois semestres letivos, porém o último lote repassado foi em quantidade insuficiente para apenas mais uma aplicação. Desde junho a Autarquia de Saúde solicita outra quantidade do produto, suficiente para até o final do ano letivo, mas não foi ainda atendida.
“Em 31 de agosto reforçamos o pedido. Nesta segunda feira, fui pessoalmente à coordenação do programa na Regional de Saúde pedir nova remessa. A pessoa responsável pelo programa afirmou que o processo licitatório está em andamento, e que a entrega pode ocorrer, somente no final de outubro”, detalhou Verona.
O Programa Estadual de Bochecho com Flúor no Paraná é uma política de Estado implantada em 1980 e até hoje não havia sido registrado atraso no repasse do produto comprado pela Secretaria de Estado da Saúde (SESA) e distribuído pelas Regionais de Saúde. Desde 2013, o município fortaleceu a saúde bucal das crianças, promovendo 145 mil aplicações de flúor por ano.
“É inaceitável que nossas crianças fiquem sem o bochecho, que previne cáries e amplia a saúde dentária, por falta de planejamento e organização do Estado. A que ponto chegamos”, lamenta o prefeito em exercício Júnior da Femac.
A chefe da 16ª Regional da Saúde, Márcia Cristina Krempel, esteve na reunião do Conselho Municipal de Saúde e garantiu aos conselheiros que o processo de compra pela SESA está em andamento. “Houve um problema no processo licitatório. O atraso será somente de uma semana. Até o dia 5 de outubro, no máximo, haverá reposição”, afirmou.
Este posicionamento chamou a atenção da superintendência de Saúde Bucal do Município, que no mesmo dia havia sido informada de forma contrária, e teme prejuízo à dentição das crianças. “O programa reforça as ações preventivas da cárie feitas pela equipe de Saúde Dental nas escolas, e se ocorrer o atraso de 30 dias vai quebrar complemente a proteção feita em Apucarana, que desde 2013 se tornou referência no Paraná”, defende Verona.
Regional também atrasou entrega de vacinas
Esta em a segunda vez que a 16ª Regional de Saúde atrasa medicamentos para a Autarquia Municipal de Saúde. Faltaram vacinas do calendário essencial, aplicáveis nos primeiros meses de vida de recém-nascidos, como a tetra viral que imuniza contra caxumba, sarampo, varicela e rubéola e também vacinas contra varicela (catapora), contra poliomielite (gotas).
Além disso, outras registraram estoque baixo, como vacinas antirrábica humana, bem como vacina BCG, tuberculose, e os soros antirrábico humano e antiveneno. Desde julho, o prefeito Beto Preto pediu providências à 16ª RS, sobre a falta de vacinas. O assunto foi levado por ele à Brasília, no Ministério da Saúde, através da Frente Nacional dos Prefeitos, (FNP).