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Crimes contra a vida despencam em todo o Estado

Apucarana está há oito meses sem registrar homicídio. Foto: Sérgio Rodrigo
Apucarana está há oito meses sem registrar homicídio. Foto: Sérgio Rodrigo - Foto:
Escrito por redação
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Modificado em 12/06/2018, 21:19
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O número de crimes contra a vida despencou no Paraná e o primeiro trimestre de 2018 foi o menos violento em relação ao ano passado. A área da 17 Subdivisal Policial de Apucarana segue a mesma tendência, com queda de 66%. 

Neste ano, Apucarana não teve nenhum homicídio. O último foi regustrado em outubro de 2017, ano que encerrou com 14 crimes do tipo.

Cidade vizinha, Arapongas teve redução de 50% no número de assassinatos. No primeiro trimestre deste ano foram 2 mortes contra 4 no ano passado. Já Ivaiporã teve duas mortes no ano passado e duas no mesmo período deste ano. 

Marilândia do Sul, Califórnia, Mauá da Serra, Jandaia do Sul, Cambira, Bom Sucesso e Jardim Alegre, tiveram homicídios no ano passado e não registraram crimes do tipo no primeiro trimestre deste ano. No total, foram 255 municípios paranaenses não tiveram assassinatos no mesmo período. Ou seja, 64% das 399 cidades não tiveram homicídios.

Estado
Os dados de assassinatos são os menores desde que os registros começaram a ser computados pela Secretaria da Segurança Pública, em 2007. Foram 509 mortes neste ano, contra 628 em janeiro, fevereiro e março de 2017. O declínio de 19% nas estatísticas reflete o esforço do governo no combate à criminalidade e na segurança do paranaense. Roubos e furtos também diminuíram em todo o estado no primeiro trimestre deste ano, se comparado ao mesmo período de 2017.

A redução das mortes foi constatada em 19 das 23 Áreas Integradas da Segurança Pública (AISP) – que como o Paraná é dividido para fins de levantamento estatístico. O número de assassinatos caiu mais da metade em microrregiões que englobam, por exemplo, as cidades de Londrina (-54%), Apucarana (-66,6%), Laranjeiras do Sul (-80%), União da Vitória e Rolândia, essas últimas com queda de 50%.

Foto por Reprodução

Capital
Curitiba também bateu recordes positivos nestes primeiros três meses do ano. Houve 79 homicídios dolosos – contra 101 no mesmo período do ano passado. Uma queda de 21,7% e a menor marca dos últimos 11 anos.

“Essa redução dos crimes em geral no Paraná, mas principalmente de homicídios, se deve a ação da Polícia Militar no policiamento preventivo e ostensivo, e também ao trabalho qualificado, um aperfeiçoamento das investigações feitas pela Polícia Civil. Pois quando você tira de circulação um homicida, identifica e o indicia, isso desencoraja outras pessoas que planejam ou pensam em cometer um crime dessa natureza. Vale ressaltar também a atuação da Polícia Científica com mais técnica, melhores condições de trabalho, em razão das novas construções de IML e a contratação agora de novos peritos. Tudo isso tem dado um resultado muito satisfatório na redução dos crimes contra a vida”, avaliou o secretário da Segurança Pública, Julio Reis.

O levantamento realizado pela Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico (Cape) confirma uma tendência de queda consistente nos homicídios no Paraná. A contagem geral de 2017 em todo o Estado foi de 2.184 mortes, também o menor número em dez anos.

Patrimônio
O Paraná conseguiu derrubar até mesmo índices dos crimes patrimoniais, que tiveram alta em todo o Brasil por causa da crise econômica e da escalada do desemprego nos últimos anos. O número de roubos no primeiro trimestre diminuiu 27%, em comparação aos três meses iniciais de 2017. Foi registrado um declínio em todas as modalidades de roubo no Paraná: residência (-27,3%), comércio (-31%) e em locais públicos (-24,5%). A redução dos furtos chegou a 8,8% em todo o Estado, sendo 17% de queda nos furtos a residência, 15% ocorrências a menos relacionadas a ambiente de comércios e em locais públicos caiu 5,4%.

Também houve diminuição no roubo e furto a veículos neste ano em relação a janeiro, fevereiro e março de 2017. O roubo a veículos caiu 29% e o número de furtos registrou queda de 7,5%. 

“Esses dados são extremamente significativos, ou seja, o balanço deste primeiro trimestre é muito satisfatório. E fica aqui o meu agradecimento por todo o empenho dos policias militares, policiais civis, servidores da Polícia Científica, que tiveram uma importante atuação para a queda nos índices”, afirmou o secretário Julio Reis. 

Contramão
Das 23 Áreas Integradas de Segurança Pública, apenas três apresentaram aumento nos números de homicídios no comparativo do primeiro trimestre deste ano com o de 2017. Entre as que estão na contramão da queda geral em assassinatos está a AISP de Paranaguá, que abrange os municípios do litoral e que registrou nove mortes a mais em 2018: foram nove em 2017 e agora 38. 

“O aumento do número de homicídios em Paranaguá foi pontual e pode ser atribuído à disputa pelo domínio do tráfico de drogas em basicamente duas regiões distintas. A polícia civil de Paranaguá agiu com rigor frente a este aumento, já elucidou 85% dos homicídios praticados e prendeu 90% desses autores até o presente momento”, afirmou o delegado de Paranaguá, Rogério Martins.

Ele explicou que essa ação de combate ao tráfico refletiu positivamente nos crimes patrimoniais, que são em sua maioria os que fomentam o tráfico. Por esta razão, houve uma considerável diminuição nos índices de furtos (-26%) e roubos (-19%) na região do Litoral do Paraná. 

“Isso demonstra com clareza a importância de se combater crimes como homicídio e tráfico de drogas, automaticamente se reprimem crimes de outras naturezas e que mais causam na população a sensação de insegurança”, acrescentou o delegado.

“Naqueles locais onde não houve redução nos índices de criminalidade, principalmente na região do Litoral do Estado, já estão sendo desencadeadas operações, como fizemos na semana passada, de repressão ao tráfico de drogas e outros, que tem correlação com demais ocorrências, como os crimes patrimoniais e crimes de homicídio”, afirmou o secretário Julio Reis, se referindo à megaoperação batizada como Tellure. Desencadeada em conjunto pelas polícias Civil e Militar, resultou na prisão de quase 50 pessoas de 13 quadrilhas de tráfico de drogas, no dia 6 de julho. Houve ainda mais quatro prisões essa semana, efetuadas pela Polícia Militar, de indivíduos suspeitos de envolvimento no tráfico de drogas. 
Houve aumento nos homicídios na área integrada de São Mateus do Sul (de 7 para 10 casos) e Umuarama (21 para 28). Ambas, contudo, também seguiram a tendência de queda nos crimes patrimoniais.

Atlas da violência no Brasil
Pesquisa divulgada na semana passada mostra que o Brasil atingiu a taxa de 30 assassinatos para cada 100 mil habitantes, em 2016, segundo o Atlas da Violência 2018, com base em dados do Ministério da Saúde. No total foram 62.517 homicídios, taxa que chegou a 30,3 e corresponde a 30 vezes a da Europa. Antes de 2016, a maior taxa havia sido registrada em 2014, com 29,8 por 100 mil habitantes.

Além do Paraná, outras seis unidades da federação conseguiram reduzir o índice: São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Pernambuco e Distrito Federal. 

Outros quatro estados tiveram altas acima de 100%: Tocantins, Maranhão, Sergipe e Rio Grande do Norte.

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