Gás de cozinha ‘some’ das revendas em Apucarana e Arapongas
Modificado em 05/06/2018, 10:31
Os reflexos dos 10 dias de greve dos caminhoneiros ainda atingem o abastecimento de gás de cozinha em todo o Estado. Na região, ainda são poucos os estabelecimentos com o produto em estoque. Com produto em falta, tem revenda adotando sistema de senhas para atender os consumidores. Apucarana e Arapongas estão entre as cidades com maiores dificuldades em termos de oferta de botijões, de acordo com sindicato da categoria.
A presidente do Sindicato das Empresas de Atacado e Varejo de Gás Liquefeito de Petróleo (Sinegás), Sandra Ruiz, explica que a logística do setor é mais complexa que a dos combustíveis e, a grande demanda, dificulta o reabastecimento.
“A maioria das distribuidoras faz o envase dos botijões em Araucária, região metropolitana de Curitiba. Esses veículos saem do interior carregados de cascos vazios e retornam com os botijões cheios. O que vem ocorrendo é que que chega às distribuidoras já sai imediatamente e nem chega as revendas”, afirma.
Segundo dados do sindicato, que representa os revendedores de 229 municípios paranaenses, durante os 10 dias de bloqueios nas rodovias, deixou-se de vender quase 306 mil botijões de 13 quilos. “O prejuízo estimado que tivemos ultrapassa os R$ 21 milhões. Os empresários tiveram que baixar as portas por pelo menos uma semana porque os estoques estavam zerados. Agora as cargas que chegam não são suficientes para atender aos consumidores. O nosso pedido é que as pessoas comprem apenas o necessário e não estoquem botijões reserva em casa, para que possamos atender realmente os que precisam do produto”, orientou Sandra Ruiz.
Ivo Guerra, proprietário de uma revenda de gás de cozinha em Apucarana, reclama da situação. “Estou há 15 dias sem trabalhar. Não sei como vou conseguir pagar minhas contas deste jeito. A última vez que recebi um carregamento de gás foi na última sexta-feira: só oito botijões. Como posso trabalhar assim?”, afirma.Segundo ele, muitos depósitos de gás não estão repassando o produto às revendas menores. “Eles recebem os botijões e vendem lá mesmo, direto ao consumidor final, sem repassar para os revendedores. Inclusive alguns estão comercializando o produto a um valor acima de R$ 80, se aproveitando da situação”, destaca.O proprietário da revendedora diz ainda que o déficit de botijões de gás em Apucarana passa dos 20 mil.
Sem previsão
“Não sei quando vou receber um novo carregamento. O pior de tudo é escutar acusações absurdas de que estaríamos escondendo gás para poder cobrar mais caro. Tem sido difícil”, diz. Em Arapongas, a escassez também é grande. A maioria das revendas continua sem o produto. Alguns estabelecimentos estão distribuindo senhas para quando o produto chegar. “Assim como a maioria das revendas, estamos sem o produto. Não estamos distribuindo senhas, mas sei que algumas revendas estão. Não sabemos quando receberemos mais botijões, mas acreditamos que amanhã [hoje] deva chegar um novo carregamento”, diza atendente de uma revendedora de Arapongas que não quis se identificar.