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O Empresário e Uma Trajetória Empreendedora

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Escrito por Paulo Cruz
Publicado em
Modificado em 21/08/2020, 10:30
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Às vezes, depois de muito batalhar e trocar de negócio, o empreendedor precisa acreditar que vai dar certo. A jornada do empreendedor é a grande jornada da vida e dirigir um negócio é o mesmo que acreditar que a vida vale a pena ser vivida. Não existe muito romantismo, especialmente no início de uma trajetória empreendedora. Gostar daquilo que se está fazendo faz parte, para que o fardo fique mais leve, mas a energia de se levar a vida de forma positiva, ajuda a ultrapassar os percalços no dia a dia, na perseverança da busca do Sucesso. A intuição no início leva o empreendedor a aprender uma atividade profissional, seja por meio de formação técnica, seja por meio da formação prática do dia a dia, da necessidade de trabalhar para sobreviver, mas sempre projetando algo maior para empreender.

Depois que o empreendedor decide por certa atividade, precisa buscar conhecer cada dia mais sobre a sua diversificação; e, também, sobre as demais atividades que se aproximam da sua, e, ainda, sobre aquelas atividades que se inter-relacionam com ela. São muitos caminhos, e todos eles o empreendedor pode experimentar, cedo ou tarde, o importante é que ele esteja sempre aberto – sem orgulho – para um novo aprendizado. Às vezes, aquilo que o empresário conhece atualmente e não lhe vê utilidade – ou não consegue visualizar uma aplicabilidade – com o passar do tempo, e com a aquisição de experiência, muito daquilo que aprendeu no passado, pode passar a servir-lhe como suporte para novos saltos, para novas decisões de empreendimentos. Por vezes, um simples curso ou palestra na associação, na escola técnica ou na faculdade, pode ajudar o empreendedor no futuro a passar a utilizar-se de novos recursos e, a partir daquele antigo aprendizado inicial, ter insights que lhe vão proporcionar novos caminhos de busca por inovação e criação que poderão dar-lhe sustentação no seu negócio.

Em cada tomada de decisão, se aprenderá algo desde bem cedo e segue-se aprendendo outras coisas tantas. O aprendizado pode levar o empreendedor a trilhar diversos caminhos – é o que estamos vendo agora – podendo ou não proporcionar-lhe uma ligação forte com o seu passado e, com as experiências profissionais pelas quais passou. Isso pode definir três coisas: tomadas de decisões, a visão de futuro e onde se quer chegar com o empreendimento. São pontos de conexões que se inter-relacionam fortemente quando o empresário olha para trás. Ora um, ora outro, esses pontos passam a se encontrar e a dar suporte para que o empreendedor, com sua intuição, aprendizado e parcerias, possa desenvolver seu negócio cada dia mais. Aparece aqui aquela grande frase que muitos empreendedores dizem: O pouco que eu sabia aprendi em determinado curso, ou com meu pai, meu avô, com o tio – eram pessoas dedicadas – ou com muitos outros, ainda. Eu só segui o meu coração e, aqui está a grande prova de que aprendizado e intuição caminham lado a lado e, quando como empreendedor se acredita, pode-se desenvolver grandes coisas.

Quando se descobre cedo do que realmente se gosta de fazer na vida, é um grande trunfo. Tem-se tempo ainda para errar e acertar, de percorrer uma longa trajetória, sem atropelos e olhar para trás e ver o que deu errado e tentar recomeçar sempre. Cada um no seu próprio ritmo, esse é o grande segredo, é o passo a passo do amadurecimento para o empreendimento. Ao lado desse amadurecimento, é preciso afinar cada dia mais as equipes para que elas possam trabalhar na mesma linguagem, afinarem-se na mesma sintonia e, buscarem, cada dia mais, fazer melhor aquilo que fazem como opção e, quando decidirem mudar a unidade construída, continuarem fazendo o melhor com união e foco.

Mesmo quando algo não dá certo e é necessário recomeçar, o empreendedor não vai deixar de gostar de fazer aquilo que sempre fez, no seu dia a dia. Se por algum motivo não deu certo na primeira fase, pode ser porque o aprendizado não estava suficientemente maduro. Pode ser que divergências tenham surgido no meio do caminho e, devido ao aprendizado incompleto, não houve tempo para contorná-las e voltar à rota de sucesso. Modificações de ordem estrutural na empresa, ou de ordem macroeconômica colocaram-na na traseira do processo competitivo.

Às vezes, um processo de retração provocado – pela pandemia, – por incompatibilidades diversas dentro da empresa e fora dela é o problema que serve para que o empreendedor retome sua humildade de aprendizado e possa valorizar, mais ainda, toda a experiência do passado que traz consigo. Reconstrua-se, assim, por novos caminhos, sabendo de forma segura dos maduros passos a serem dados, sempre caminhando olhando para o futuro.

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Paulo Cruz

Paulo Cruz, doutor em Economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, professor de Economia da Universidade Estadual do Paraná, campus de Apucarana, escreve sobre temas relacionados a área

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